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Maringa Histórica

Emílio Clement Scherer, o primeiro padre de Maringá

Capela São Bonifácio. Foto do Sargento Tavares |
Capela São Bonifácio. Foto do Sargento Tavares (Foto: )
Capela São Bonifácio, ainda com sua torre de madeira, que ruiu por falta de reparos na década de 1980 |

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Capela São Bonifácio, ainda com sua torre de madeira, que ruiu por falta de reparos na década de 1980

Emílio Clement Scherer realizando um dos primeiros casamentos de Maringá |

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Emílio Clement Scherer realizando um dos primeiros casamentos de Maringá

Emílio Clement Scherer batizando Andrew Carnegie Meira, filho de Mário Reis Meira. Este último foi proprietário do Palácio das Noivas, localizado na Avenida Duque de Caxias, entre as ruas Santos Dumont e Néo Alves Martins |

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Emílio Clement Scherer batizando Andrew Carnegie Meira, filho de Mário Reis Meira. Este último foi proprietário do Palácio das Noivas, localizado na Avenida Duque de Caxias, entre as ruas Santos Dumont e Néo Alves Martins

Em destaque, o padre Emílio Clement Scherer durante a inauguração do primeiro hospital de Maringá: Santa Cruz, em 1944 |

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Em destaque, o padre Emílio Clement Scherer durante a inauguração do primeiro hospital de Maringá: Santa Cruz, em 1944

Padre Emílio Clement Scherer assinando a ata de fundação do Banco Noroeste do Estado de S. Paulo, em 1º de junho de 1949 |

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Padre Emílio Clement Scherer assinando a ata de fundação do Banco Noroeste do Estado de S. Paulo, em 1º de junho de 1949

Emílio Clemente Scherer nasceu na província de Alsácia-Lorena, em 1888. Com a II Guerra Mundial, a localidade, que até então era de propriedade da França, passou a integrar os territórios alemães. Foi nesse período que o Nacional Socialismo, conhecido também como Nazismo, passou a perseguir os ideais daqueles que eram contra suas ideologias.

A então Companhia de Terras Norte do Paraná tinha conhecimento desses potenciais fugitivos da Alemanha e regiões adjacentes. No intuito de vender seus lotes para esse público, a colonizadora beneficiou-se da conhecida "operação triangular": as famílias adquiriam peças ferroviárias dos fabricantes alemães em nome dos ingleses e, em troca disso, recebiam títulos de terras.

Os judeus depositavam o dinheiro na conta da Companhia Siderúrgica alemã Ferros Stahl, que repassava a quantia em itens ferroviários para a inglesa Paraná Plantation, uma das acionistas da Companhia de Terras Norte do Paraná. Sob esse espectro, o padre Emílio Clement Scherer aportou em Rolândia, conhecida na época como Nova Dantzig, no ano de 1938.

Scherer em pouco tempo adquiriu uma grande área em Maringá, na Gleba Ribeirão Pinguim, na atual Estrada Vale Azul, lote 1-A. Neste local, edificou sua casa, a Capela São Bonifácio, uma olaria, além de realizar plantio de diversas sementes.

A Capela São Bonifácio, a primeira da região, foi erigida em uma área de 70 m², entre os anos de 1939 e 1940 (inaugurada em fevereiro). A madeira utilizada nessa construção foi retirada da própria mata. O desenho arquitetônico são vestígios da procedência do padre alemão: Alsácia. Existiram santos de madeira em seu interior: São José, Ave Maria, São Vicente Palotti e São Bonifácio. Este último foi restaurado recentemente e reinstalado acima da porta de entrada da Capela.

Esse templo católico foi intensamente frequentado por fieis até 1946, momento em que a Capela Santa Cruz foi construída no "Maringá Velho".

A grande gleba, de 400 alqueires, ficou sob a tutela de Emílio Clement Scherer até 1954, quando ele a arrendou para Padres Palotinos. É certo que o padre alemão não era bem visto por alguns párocos e bispos da região do Norte do Paraná e isso causou desgaste e algumas discussões.

Por meio do projeto de lei Nº. 3670/94, a Capela São Bonifácio foi tombada como Patrimônio Histórico Municipal em 1994. Hoje, é ponto de parada obrigatória para aqueles que pesquisam a história local.

Fontes: Acervo Maringá Histórico / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Foto atual: Sargento Tavares* Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM.

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