Um adolescente de 16 anos foi torturado na carceragem da 9.ª Subdivisão de Polícia Civil de Maringá, Noroeste do estado. Ele foi detido na delegacia por furtos cometidos na cidade de Paiçandu na quarta-feira (25) e no mesmo dia, durante a noite, foi espancado por outros seis companheiros de cela.
De acordo com o carcereiro Josué Batista Nunes, os adolescentes deram chutes e socos no recém-chegado, além de queimarem o corpo dele com cigarro e escreverem "666" em suas costas com estoque (objeto pontiagudo confeccionado dentro dos presídios, normalmente utilizado como arma).
O rapaz foi retirado pelo carcereiro, que percebeu um "estranho silêncio" na carceragem. "Quando cheguei, vi o menino deitado no chão, praticamente desacordado", conta. Segundo Nunes, esta não é a primeira vez que os mesmos rapazes cometem esse tipo de violência. "Após o espancamento, colocamos esse adolescente em uma cela separada com outros três jovens que também haviam sido vítimas dos mesmos agressores", afirma.
Os rapazes confessaram o crime e alegaram que o recém-chegado estaria querendo "privilégios de preso antigo" e que eles apenas queriam mostrar "o seu lugar na cadeia".
Para Nunes, essa justificativa é mentirosa. "Eles espancam todos os adolescentes que ficam na mesma cela que eles. Começam a humilhar o novato, obrigando-o a lavar a roupa deles, o chão, o vaso sanitário. Eles são tão violentos que, se deixar, acabam batendo até nos carcereiros, já que não podemos tomar medidas mais rígidas contra eles", desabafa Nunes.
Os rapazes podem ter suas penas agravadas em razão das agressões cometidas. O caso foi enviado à Promotoria da Infância e Juventude para as medidas cabíveis.
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