Nota da Fenaban
A Federação Nacional do Bancos (Fenaban) divulgou nova nota à imprensa sobre o movimento grevista. A entidade entende a paralisação nacional como radicalização e alega que o sindicato abandonou a mesa de negociações. A nota afirma que "os bancos manifestam sua firme intenção de adotar todas as medidas legais cabíveis e necessárias para garantir o acesso e o atendimento da população nas agências e postos bancários". Segundo a entidade o reajuste de 4,29% é o patamar inicial, e que, a partir desse índice mínimo, poderão ser negociados valores que permitam aumento real aos funcionários.
As dez agências do Itaú em Maringá, além de 11 nas demais cidades da região, voltaram a funcionar nesta quarta-feira (6), mesmo com a adesão dos funcionários à greve nacional dos bancários. Assim como o Bradesco, o banco conseguiu na Justiça uma liminar de interdito (ação jurídica que tenta impedir ameaça à propriedade) que impede que os grevistas façam manifestações em frente ao banco.
A decisão foi divulgada no final da tarde de terça-feira (5). O interdito proibitório, apesar de permitir a abertura das agências durante a paralisação, não obriga os funcionários a voltar ao trabalho. Mas, no caso dos bancos privados, a abertura das agências acaba forçando o retorno dos trabalhadores, com o temor de represálias e demissões.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Maringá e Região , Claudecir de Souza, a paralisação permanece em 30 agências de Maringá. "O movimento continua forte onde a Justiça não interferiu. Vamos tentar reverter essas decisões", afirmou.
Na segunda-feira (4), o Tribunal Regional do Trabalho, em Curitiba, negou um pedido do sindicato que pretendia fechar as agências do Banco Bradesco na cidade. Com isso, as cinco agências do Bradesco na cidade também permanecem em funcionamento. Já as agências do Banco do Brasil estão abertas porque os funcionários não aderiram à paralisação.
Preocupação para clientes
A paralisação já começa a preocupar alguns usuários, já que não é possível fazer depósitos em algumas agências. Souza afirmou que somente os gerentes gerais e operacionais estão autorizados a entrar nas agências e ele disse não saber se eles estão efetuando a compensação dos cheques e do dinheiro depositado. A orientação do sindicato é para que os bancos mantenham esses serviços, considerados essenciais.
Já com relação ao abastecimento dos caixas eletrônicos, Souza informou que não há falta de dinheiro e que os aposentados e pensionistas estão recebendo atendimento especial nos terminais de autoatendimento.
Greve cresceu no interior
No interior, o número de agências fechadas subiu de 238 para 275, com a adesão do sindicato de Arapoti, que representa 319 bancários em 38 agências, localizadas em 22 municípios do Norte Pioneiro do estado. Estima-se que 53% da categoria permaneça em greve em todo o estado.
Reivindicações
A principal reivindicação da classe é o reajuste salarial. Segundo o sindicato, a classe patronal apresentou proposta de reposição salarial de 4,29%, que corrige apenas a inflação do período, e não dá ganho real. A categoria reivindica 11%. "Além disso, pedimos a contratação de mais funcionários, fim do assédio moral e fim das metas abusivas", afirmou Souza.
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