Dois meses após a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que decretou o afastamento do prefeito de Sarandi, Carlos Alberto de Paula Júnior (PDT), a situação na prefeitura permanece indefinida. Segundo a assessoria de imprensa do município, o vice-prefeito Luiz Carlos Aguiar (PPS) deve permanecer como chefe do Executivo até nova decisão da Justiça.

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Além do prefeito, o secretário de Educação de Sarandi, Antonio Manoel Mendonça Martins, e outros dois servidores municipais foram afastados em 25 de janeiro. A decisão da Justiça é decorrente da Operação Quadro Negro, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em 11 de janeiro, com apoio de equipes de Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, Carlos Alberto de Paula (PDT) não estava em Sarandi na manhã desta segunda-feira (25) para comentar sobre a atual situação política do município.

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Secretário de Educação de Sarandi já havia sido preso no início do ano

O secretário de Educação de Sarandi, Antonio Manoel Mendonça Martins, foi preso temporariamente em 15 de janeiro pelo Gaeco, por suposta participação em um esquema de fraudes em licitações.

Martins permaneceu preso por seis dias e, em 21 de janeiro, reassumiu o cargo na secretaria. Em 25 de fevereiro, o TJ-PR determinou o afastamento dele e de Carlos Alberto de Paula (PDT).

A prisão de Martins fez parte da Operação Quadro Negro. "Ele, como secretário, tinha participação nas fraudes de licitações. Seria um dos líderes, com poder de deliberação, já que assinava os documentos para diversas situações", declarou o tenente Gustavo Rodrigo Rodrigues da Costa Silva, do Gaeco de Londrina, na ocasião da primeira prisão.

O coordenador do Gaeco do Paraná, o promotor Leonir Batisti, explicou que empresários de institutos de educação aliciavam prefeituras, oferecendo serviços como consultoria e pesquisas. A licitação era direcionada a essas empresas a preços acima dos praticados pelo mercado. Segundo as investigações, os serviços eram desnecessários ou nem sequer prestados.

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"A indicação é de que o esquema partia dos empresários, que chegavam às prefeituras e ofereciam os projetos", disse Batisti. "O propósito do esquema era a retirada de dinheiro dos cofres públicos, por meio do direcionamento dessas licitações. Aparentemente, os serviços contratados eram necessários, mas, na prática, eram só para desviar dinheiro."