O presidente da Câmara de Vereadores de Maringá, Mário Hossokawa (PMDB), assinou nesta terça-feira (13) a exoneração de seu assessor parlamentar Hércules Ananias. A medida foi tomada depois da exibição de uma matéria pelo Paraná TV de segunda-feira (12). Durante a reportagem, Ananias havia se mostrado contrário à adoção do cartão-ponto entre os assessores do legislativo municipal. "Eu vou ter alguns problemas. Por exemplo, todo dia que eu saio de casa tem pessoas querendo falar comigo. Hoje mesmo eu precisei despachar três pessoas", afirmou para a reportagem.
Diante da situação, o presidente da Câmara afirmou que, se um assessor é contrário a uma decisão da "Casa de Leis", ele não serve para trabalhar no legislativo. "Nós adotamos uma medida no sentido de moralizar a câmara e um assessor do presidente é contrário a isso? Então não tem como ele continuar", afirmou ao JM.
Em entrevista à equipe da RPC TV Cultura, Ananias mostrou não estar arrependido do que disse, além de reiterar que a adoção do cartão-ponto não vai funcionar na Câmara de Maringá. Ele disse que está sendo procurado por deputados para trabalhar como assessor.
Adoção do cartão-ponto
Desde a última segunda-feira (12), os assessores parlamentares lotados nos gabinetes da Câmara de Maringá tem que registrar ponto de entrada e saída do trabalho. Até então, apenas os funcionários comissionados da Casa e os servidores concursados estavam sujeitos ao controle. A prática foi uma sugestão do Ministério Público para dificultar a nomeação de funcionários fantasmas.
Atualmente são 102 assessores que precisavam apenas assinar uma lista de presença nos gabinetes. Segundo Mario Hossokawa, faltas ao trabalho sem justificativa resultarão em desconto na folha de pagamento. "A sugestão do MP teve em vista o que vem acontecendo na Assembleia Legislativa do Paraná. O assessor também é um funcionário pago com dinheiro do contribuinte", disse o presidente da Cãmara.
Com as batidas do ponto, será possível saber ainda se o funcionário cumpriu a jornada de seis horas diárias, o que é exigido por lei. Os assessores já estão cadastrados, vão receber um cartão magnético, mas também vão precisar passar pela inspeção biométrica, ou seja, terão colocar o dedo no relógio-ponto pra que o sistema verifique a impressão digital. "Não tem como emprestar o dedo para outra pessoa, então eu creio que é um sistema infalível. Se descuidar, de repente pode aparecer fantasma por ai", defendeu Hossokawa.