O reajuste salarial de 105% aos médicos da rede municipal de Maringá foi aprovado nas duas sessões - ordinária e extraordinária - realizadas nesta terça-feira (30). Alguns vereadores chegaram a apresentar emendas ao projeto, mas a maioria optou em não aceitar as alterações para acelerar o processo. O prefeito Silvio Barros tem somente até esta quarta-feira (31) para assinar a lei. Caso contrário, o reajuste polêmico não terá efeito em 2010. A Câmara de Maringá agendou uma maratona de votações para que o texto voltasse rapidamente à mesa do prefeito.
A correria teve em vista a Lei Eleitoral que impede qualquer aumento salarial seis meses antes de uma eleição. Para que o texto fosse sancionado antes de 1º de abril. O presidente da Casa, Mário Hossokawa (PMDB), agendou duas sessões extraordinárias: uma na noite desta terça (30), às 19h; e outra na manhã de quarta (31), que foi dispensada, já que não houve necessidade de terceira discussão. O primeiro turno ocorreu na sessão ordinária desta terça (30), às 16h, quando a proposta foi aceita com 11 votos favoráveis.
O aumento foi questionado pelos demais servidores, que se diziam injustiçados, e pelos dentistas, que pediam o mesmo índice de reajuste. O Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) criticou a proposta de aumento salarial dos médicos da cidade. Em nota oficial, o órgão diz os médicos estão recebendo tratamento diferenciado e que isso cria "sentimentos de menos valia" entre os demais funcionários públicos do município.
A presidente do sindicato, Solange Marega, afirma que muitos trabalhadores, em especial os da área da saúde, têm se queixado. "Ontem [segunda-feira] eu não fiz outra coisa que não atender telefonemas de funcionários reclamando. Enfermeiros e auxiliares de enfermagem, por exemplo, estão se sentido com menos valorização do que os médicos."
Já os dentistas reclamaram do fim da paridade trabalhista entre eles e os médicos. Um grupo que representa os Odontólogos da Rede Pública do Município de Maringá foi à Câmara de Vereadores e apresentou carta pública pedindo manutenção da igualdade salarial entre os profissionais desta categoria e os médicos. O projeto de aumento de 105% da remuneração da classe médica não é extensivo a eles. Segundo o grupo, os médicos e dentistas historicamente estiveram no mesmo grupo trabalhista, mas a paridade não foi respeitada na apresentação desse projeto.
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