A comissão de vereadores que está investigando denúncias de irregularidades contra o prefeito de Sarandi, Milton Martini (PP), começa nesta segunda-feira (18) a ouvir as testemunhas do caso. O trabalho deveria ter sido iniciado há uma semana, mas atrasou porque os vereadores não conseguiam, na semana passada, encontrar-se pessoalmente com Martini para intimá-lo. Os parlamentares chegaram a fazer plantão em frente à casa do prefeito e à Câmara.
A intimação foi feita apenas no fim da semana. No total, 22 testemunhas foram convocadas, sendo 12 de acusação e 10 de defesa. Os depoimentos ocorrerão no plenário e serão abertos ao público. Na sexta-feira (22), o próprio prefeito deve ser ouvido, fechando essa etapa. A partir de então, a comissão terá uma semana para elaborar um parecer e o prefeito, o mesmo prazo para fazer sua defesa.
A Comissão Processante, como é chamada, é presidida pelo vereador Luiz Carlos Aguiar (PPS) e tem Aparecido Bianco (PT) como relator e José Roberto Grava (PSC), como membro. O órgão tem até 10 de março para encerrar os trabalhos.
Denúncias
Existem suspeitas de que a administração municipal tenha comprado bombas de veneno e herbicidas na loja agropecuária de um ex-funcionário da prefeitura. Dez bombas e 150 litros de herbicida teriam sido adquiridos por R$ 8 mil.
A investigação vai apurar se o ex-chefe de gabinete, Ailson Donizete de Carvalho, fez a compra sem licitação na própria loja. Ele acabou sendo demitido do cargo depois de efetuar a compra. Os vereadores alegam que, na época, não houve licitação e que estão encontrando dificuldades em conseguir documentos junto à prefeitura.
Os parlamentares disseram ainda que outras denúncias, inclusive de corrupção, chegaram à Câmara, mas em todos os casos há dificuldade de acesso aos documentos. Segundo o Ministério Público, a administração municipal está respondendo a 36 inquéritos que estão tramitando em segredo de justiça. Martini chegou a ser afastado do cargo, mas foi voltou ao posto.
O prefeito Milton Martin (PP), ao se defender das acusações, mostrou documentos e cópias de cheques da compra dos equipamentos agrícolas. "Não tínhamos conhecimento (de quem era o dono da loja) e fizemos o processo de dispensa da licitação de forma legal. Assim que ficamos sabendo foi devolvido o dinheiro aos cofres públicos", disse.
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