A maringaense Silvana Aparecida de Assis, 36 anos, assassinada na Espanha, na sexta-feira passada (5), pode ser enterrada em Gandia, cidade situada na Província de Valência, Espanha, onde foi encontrada morta. Sidnei de Assis, irmão da vítima, conta que a família não tem dinheiro para trazer o corpo para o Brasil. Silvana foi encontrada morta com o corpo parcialmente carbonizado e com as mãos amarradas, num terreno próximo ao apartamento onde ela morava. O namorado dela, um marroquino de 26 anos, é o principal suspeito do crime. Dona Aparecida, mãe de Silvana, passa pela dor de ter a segunda filha morta por um namorado.
Sidnei diz estar com as mãos atadas. Além de ter poucas notícias sobre a morte da irmã, os familiares não têm dinheiro para viajar à Espanha. "Tudo é muito caro. Se for necessário cremar o corpo dela na Espanha são necessários R$ 15 mil. Isso sem contar o transporte para o Brasil que tem de ser feito junto com a Vigilância Sanitária", explica.
O irmão da vítima disse que os familiares estão tentando conseguir dinheiro para ir à cidade onde Silvana foi morta para que ela não seja enterrada como indigente. "Além da falta de condições para trazer minha irmã, existe muita burocracia. A situação está muito difícil e o nosso pesadelo não acaba", diz desolado.
De acordo como Sidnei, a amiga de Silvana, que também estava na Espanha, já retornou ao Brasil, mas ainda não conseguiram encontrá-la. Ele diz que o Consulado Brasileiro entrou em contato apenas uma vez com a família. O Itamaraty, órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, informou que o Consulado do Brasil, em Madri, está acompanhando o caso.
Crime
Segundo informações da família, o corpo de Silvana foi encontrado logo depois que os Bombeiros de Gandia foram chamados para conter um princípio de incêndio num parque que fica ao lado do prédio onde ela morava. Assim que controlaram o fogo, o cadáver semicarbonizado foi encontrado. A polícia espanhola teria dito que o namorado de Silvana seria o responsável pelo crime e que teria fugido para o Marrocos, logo após ter sido encontrado o corpo da vítima. Ela trabalhava como prestadora de serviço em uma lanchonete.
Tristeza sem fim
A maringaense tinha uma filha de 13 anos, Fernanda, que atualmente mora com a avó, Dona Aparecida, mãe de Silvana. A morte de Silvana é a continuação de um sofrimento anterior. Em 1993, outra filha de Dona Aparecida, Sedivana, de 18 anos, foi baleada com quatro tiros pelo namorado, em Mamborê, a 120 quilômetros de Maringá. Ela ficou paraplégica depois de ter uma bala alojada na coluna. "O rapaz que atirou nela não aceitou o fim do relacionamento", conta o irmão.
Para tratar da jovem, a família teve de se mudar para Maringá, onde existem médicos especializados. Cinco anos depois do atentado, Sedivana morreu em razão de complicações de saúde provenientes do disparo. Ela também deixou um filho, Guilherme, hoje com 18 anos, que também ficou aos cuidados de dona Aparecida. "Minha mãe está acabada, desesperada, transtornada. A vida para ele parece não fazer mais sentido, lamenta Sidnei.
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