A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Leitos no Paraná retorna a Maringá nesta quarta-feira (24). Desta vez, o grupo vai discutir a formulação de um novo acordo para os procedimentos de média e alta complexidade, feitos pelo Sistema único de Saúde (SUS). A reunião foi confirmada na tarde desta terça-feira (23) pelo presidente da CPI, o deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC).
Segundo Paranhos, o encontro foi determinado com base no relatório sobre a atual situação da saúde pública em Maringá, cujos dados foram levantados no último fim de semana pelo coordenador geral da CPI, Jefferson Abade. "Estamos convocando todas as partes com alguma responsabilidade na saúde para discutirmos o pacto que define as competências no atendimento e buscar alternativas para resolver a crise", informou Paranhos.
Foram convocados o secretário de saúde, Antônio Carlos Nardi, além dos diretores dos hospitais e os representantes da 15ª Regional de Saúde, do Conselho Regional de Medicina (CRM) e da Comissão Municipal de Saúde. A reunião será no plenarinho da Câmara Municipal, às 14 horas.
Denúncia será formalizada
Ainda nesta semana, a assessoria jurídica da CPI também irá formalizar denúncia ao Ministério Público e ao CRM para que sejam apuradas as responsabilidades pela morte da paciente Maria da Conceição Bernardino, de 81 anos, ocorrida na madrugada de domingo, após passar por cirurgia no Hospital Metropolitano de Sarandi. A CPI quer saber se a morte pode ter sido causada pela espera de 16 dias no Hospital Universitário.
Diante dos novos fatos ocorridos em Maringá, Paranhos e o relator da CPI Marcelo Rangel (PPS) decidiram solicitar a prorrogação do prazo para a entrega do relatório final, prevista para sexta-feira (26). "Precisamos reprogramar a entrega do relatório, que já estava praticamente pronto, para incorporar essa situação de Maringá", explicou Rangel, em nota encaminhada para a imprensa.
CPI vai apurar possível negligência A CPI dos Leitos do SUS no Paraná vai apurar possíveis negligências de hospitais de Maringá no atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que muitas vezes formam filas em corredores de hospitais à espera de vaga, principalmente na área de ortopedia. O coordenador-geral da CPI dos Leitos, Jefferson Abade, disse que a suspeita de irregularidades na administração das vagas é grande e que, se comprovada, os hospitais poderão responder por omissão de socorro.
"Todas as vezes que a CPI vai a Maringá conseguimos vagas em outros hospitais para as pessoas que estão nas filas do HU. Porque as pessoas não conseguem sem a intervenção da CPI? Precisamos descobrir porque deve ter irregularidades. Embora as pessoas estejam dentro dos hospitais, elas não estão sendo atendidas e isso configura em omissão de socorro", conta Abade.