Um menino de 8 anos perdeu a falange (ponta) do dedo mínimo da mão direita enquanto brincava em uma das Academias da Terceira Idade no Jardim Alvorada, em Maringá, próximo ao Núcleo Integrado de Saúde III. De acordo com o relato da mãe do garoto, Lucilene Ribeiro de Campos, o menino aguardava atendimento no posto de saúde, quando prendeu o membro em um dos aparelhos enquanto brincava na academia pública. O acidente aconteceu na segunda-feira (23), por volta das 17 horas.
"O dedo dele ficou pendurado. Levei-o imediatamente ao posto de saúde, onde os médicos lavaram o ferimento com água e enfaixaram o dedo de qualquer jeito. Sugeri que colocassem o membro no gelo, mas ninguém falou nada. Ficamos aguardando uma ambulância, por quase meia hora, para nos levar ao hospital, mas como o veículo não chegava, liguei para o avô do menino, que veio correndo e nos levou até o Hospital Universitário", contou a mãe.
Segundo ela, chegando ao HU, os médicos falaram que não havia como salvar a falange do menino, pois houve demora no atendimento. Inconformada com a situação, a família registrou um boletim de ocorrência na 9.ª Subdivisão de Polícia Civil na quinta-feira (26), pedindo apuração do caso. "Houve demora no atendimento, não tinha uma ambulância para fazer o socorro em caso de emergência, e acreditamos que houve negligência no atendimento", diz Lucilene.
Em pronunciamento oficial, a assessoria de imprensa do HU afirma que a falange do dedo do garoto foi amputada em razão da gravidade do ferimento, sem condições de fazer o implante, e não por negligência do acondicionamento do membro ou demora no atendimento.
A responsável pelo atendimento ao garoto no posto de saúde, a pediatra Fabiana Saenger, fala que todo o procedimento foi realizado corretamente, no entanto, em sua opinião, a amputação teve que ser realizada em razão da forte batida no dedo do garoto. "O tempo não foi o fator decisivo, a causa maior foi a violência do trauma, o peso do aparelho sobre o dedo do menino", disse. Ela afirma que sempre existe uma ambulância 24 horas no local, mas naquele momento o veículo não estava presente, pois retornava do atendimento a outra ocorrência.
O delegado Márcio Vinicius Amaro encaminhou o menino para exame no Instituto Médico Legal (IML) e irá ouvir todos os envolvidos no caso. "Vamos interrogar médicos, enfermeiros e a família para apurar se houve negligência no atendimento à criança", afirma.
Cuidados
As Academias da Terceira Idade (ATI) existem há dois anos em Maringá, em vários locais da cidade, e são abertas para o uso de toda a comunidade. Segundo a gerente de Promoção e Prevenção em Saúde da Prefeitura Municipal, Ana Rosa Poleto Palácios, apesar de estarem localizadas em locais abertos, as ATIs foram criadas exclusivamente para os idosos. "Todos os equipamentos foram feitos pensando neles", diz.
Ela fala que em dois anos, esse é o primeiro acidente dessa natureza registrado nas academias. "Os pais devem ficar atentos às crianças pequenas, afinal até mesmo em um parque infantil isso pode acontecer", ressalta. Ana afirma que a prefeitura pensa em colocar placas indicando a idade ideal para o uso dos equipamentos.
A mãe do menino, Lucilene, diz que a situação deve servir de aviso aos pais. "Eles não devem deixá-los sozinhos nesses lugares. Eu o deixei brincando por poucos minutos, para pegar um copo de caldo de cana, e foi o tempo necessário para acontecer tudo isso", lamenta.
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