A dívida que a rede lojas Dudony, com sede em Maringá, tem com seus credores ultrapassa os R$ 100 milhões. O valor foi divulgado no Diário de Justiça do Estado do Paraná no dia 24 de dezembro. O documento, elaborado pelo juiz Mario Seto Takeguma, da 1ª Vara Cível de Maringá, informa que a empresa deve dinheiro para quase 250 credores, entre bancos, fabricantes de eletrodomésticos, empresas de telefonia e pessoas físicas. A rede entrou com pedido de recuperação judicial no dia 19 de dezembro.

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O valor total da dívida é de R$ 104.919.331,00, os três maiores credores são os Bancos Cacique (R$ 17,6 Milhões), Fibra (R$ 11,8 milhões) e o Industrial (R$ 5,5 milhões), seguido do Itaú (R$ 5 milhões). A empresa tem prazo de 60 dias para apresentar o Plano de Recuperação Judicial. Caso o processo de recuperação judicial não seja aceito, será decretada a falência da empresa e o patrimônio pode ser colocado à venda para quitar a dívida com os credores.

De acordo com o juiz, as empresas Distribuidora Maringá de Eletrodoméstico (Dismar) e Markoeletro Comércio de Eletrodomésticos, que operam com a marca comercial Dudony, passam por dificuldades financeiras desde 2005, quando a rede ampliou o número de lojas com recursos próprios, comprometendo o capital de giro, o que forçou a empresa a "socorrer-se" com as instituições financeiras.

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Em 2007, a situação ficou ainda pior, já que o endividamento cresceu e a inadimplência aumentou entre os clientes da empresa. Neste ano, as dívidas bancárias se avolumaram ainda mais e o reflexo da crise mundial no Brasil restringiu o crédito disponível no mercado impossibilitando o saldo das pendências.

Em dezembro, o Banco Industrial, um dos maiores credores da empresa, bloqueou de R$ 1 milhão das contas da Dudony, o que forçou a rede a pedir recuperação judicial. Para tentar se reerguer financeiramente existe a possibilidade de redução das lojas e custos operacionais que pode acarretar em demissões. A rede tem 111 lojas (incluindo 17 lojas virtuais, que fazem vendas por catálogo) espalhadas no Paraná e em São Paulo.

Em entrevista dada logo após a empresa pedir a recuperação judicial, o assessor jurídico da Dudony, Cleverson Colombo, disse que mesmo com as dificuldades financeiras da rede não haveria risco de demissões no quadro de 922 trabalhadores diretos. "Não há planos de demissões", afirmou.

O advogado responsável pela elaboração do plano de recuperação da Dudony, Fernando Nees, da Martinelli Advocacia Empresarial, conversou com a Gazeta do Povo sobre a crise na empresa.

Segundo ele, a aquisição das lojas Dudony por uma outra rede de varejo pode ser a saída para a crise em que se encontra a empresa. A dívida de 104 milhões com instituições financeiras e fornecedores de produtos de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e linha marrom (móveis) obrigou a empresa a entrar, na semana passada, com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Cível de Maringá.

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"Ainda é cedo para falar de possíveis compradores e qualquer informação poderia atrapalhar o desenvolvimento dos negócios. Mas o fato é que, antes mesmo da decretação do processo de recuperação, já vínhamos conversando com algumas empresas", garante o advogado. No entanto, Ness não descarta a possibilidade do fechamento lojas e conseqüentes demissões.