Funcionários de obras pesadas entraram em greve na manhã desta segunda-feira (6) em Maringá. A decisão interrompe as obras de rebaixamento da linha-férrea, na Avenida 19 de Dezembro, na região central da cidade.
Entre as reivindicações, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Paraná (Sintrapave) cobra reajuste salarial de 10% na folha salarial e 12% no piso. "Se não houver acordo, vamos parar obra por obra em todo o estado", confirmou Luís Alves de Oliveira, diretor do Sintrapave.
Outras grandes obras realizadas na região Noroeste também correm o risco de paralisação, como o Contorno Norte de Maringá e o Contorno de Mandaguari. A greve dos funcionários é por tempo indeterminado. "Enquanto não tiver acerto, não voltamos", confirmou Oliveira. O diretor da Sintrapave confirmou que, caso necessário, os operários vão se reunir com todas as empresas que prestam serviço para buscar acordos individualizados.
Os recursos para linha-férrea são do governo federal. A reportagem entrou contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas até o fechamento desta matéria, o órgão não havia se manifestado sobre a paralisação. A empresa responsável pela obra, a CR Almeida, também foi procurada, mas não se pronunciou.
Rebaixamento ficou embargado por mais de um mês
Este é apenas mais um episódio de discussões envolvendo o rebaixamento da linha-férrea de Maringá. Este ano, a obra ficou embargada pela Justiça por mais de um mês. Entre 8 de março e 12 de abril, a CR Almeida ficou impedida de continuar a obra porque moradores e comerciantes próximos a construção na Avenida 19 de Dezembro declararam que rachaduras nos imóveis teriam sido causadas por detonações na obra.
Na decisão que autorizou o reinício das obras, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou que a empreiteira declarou ter mais de 80% da obra já concluída e que no local não haveria mais detonações que fossem capazes de refletir sobre os imóveis em questão. Para conseguir a revogação do embargo a CR Almeida ainda apresentou caução no valor de R$ 140 mil para eventual cobertura de prejuízos alegados.
Rebaixamento da Linha férrea busca harmonizar o trânsito
Orçadas em R$ 118 milhões as obras de rebaixamento da via férrea visam harmonizar o trânsito rodoferroviário no perímetro urbano, desde a Estação Montana (lado leste) até a Avenida Paranavaí (lado oeste), local onde tem início o Pátio de Manobras Ferroviário.
No trajeto de aproximadamente sete quilômetros de extensão das obras de rebaixamento da linha férrea já foram construídos viadutos nas avenidas 19 de Dezembro, Tuiuti, Gaspar Ricardo, Rebouças, Monlevade e na Rua José de Alencar, além do túnel do Novo Centro que eliminou as passagens em nível nas avenidas Pedro Taques, São Paulo, Herval, Duque de Caxias e Paraná e nas ruas Piratininga, Arlindo Planas e Basílio Saltchuk.