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violência

Homem é assassinado e termina com jejum oficial de homicídios em Maringá

Um homem foi assassinado na tarde desta sexta-feira (9) em Maringá e colocou fim ao jejum oficial de homicídios na cidade. O crime ocorreu no bairro Jardim Alvorada, por volta das 15h30. A Polícia Civil informa que ele seria traficante de drogas e, até as 19h20, não tinha mais informações sobre o crime. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o município estava há 52 dias sem assassinatos.

A estatística, que consta em uma matéria veiculada pela Agência Estadual de Notícias nesta semana, não contabiliza a morte de um detento da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), que foi assassinado por um companheiro de cela há 11 dias. Considerando-o a morte do interno, o jejum desse tipo de crime na cidade cai para 42 dias, já que o último assassinato havia sido registrado pela polícia em 16 de agosto, quando um homem de 29 anos recebeu três tiros por ter envenenado um cachorro,no bairro Vila Operária.

Ainda sim o número impressiona se comparado ao de cidades do mesmo porte. Entre janeiro e o fim de setembro, de acordo com levantamento do JM, Maringá registrou uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 9,23, contra 11,4 de Ponta Grossa e 31,72 de Cascavel.

O Mapa da Violência 2008, compilação de índices nacionais de violência elaboradacom apoio do Ministério da Justiça, ratifica essa condição. Considerando-se ascinco maiores cidades do estado, Maringá apresenta a taxa de assassinatos maisbaixa (11,5, por 100 mil habitantes). Na sequência estão Ponta Grossa (17,9),Londrina (35,2), Curitiba (44,7) e Foz do Iguaçu (106,8). Os dados utilizadosno estudo são de 2006.

Explicações

Entre os diferenciais de Maringá está o pioneirismo na discussão da violência. Omunicípio foi o primeiro do país a criar um Conselho Comunitário de Segurança(Conseg), há 27 anos - hoje organismos do gênero estão disseminados por todoo país. Para o diretor-executivo do órgão, Everaldo Belo Moreno, issoestimulou o engajamento da população no enfrentamento do problema. "Debater aviolência é uma cultura enraizada aqui. Há muita cobrança de todos os setorespara que os índices caiam cada vez mais vez. A cidade se envolve e participa,não fica apenas esperando uma ação do poder público."

Moreno destaca ainda os bons indicadores socioeconômicos do município.Levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro(Firjan) divulgado há um mês mostra que Maringá é a 2ª é a cidade mais desenvolvida do Paraná, atrás apenas deLondrina. O estudo leva em conta aspectos de emprego e renda, saúde eeducação, fatores que, pondera Morena, inibem o surgimento da violência.

Há, contudo, quem não veja Maringá em uma posição privilegiada. A coordenadora do Observatório das Metrópoles, órgão que estuda problemas urbanos, Ana Lúcia Rodrigues, diz que a cidade tem baixos índices de homicídio porque empurra o problema para as vizinhas Sarandi e Paiçandu. "Achamos um caminho de jogar nossos problemas para os vizinhos. Cascavel, por exemplo, não tem uma região metropolitana que incorpore a sua problemática."

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