O aumento de 90% no salário dos vereadores de Maringá, aprovado em regime de urgência pelos próprios parlamentares em sessão na última quinta-feira (17), foi alvo de diversas manifestações nas redes sociais nos últimos três dias. O novo salário dos parlamentares, válido para a próxima legislatura (2013-2016), passa de R$ 6,3 mil para R$ 12 mil, uma elevação de R$ 5,7 mil. A medida beneficiou o prefeito também, que teve aumento no salário de R$ 17,3 mil para R$ 25 mil, maior que o salário do prefeito de São Paulo.
Revoltados com o aumento, internautas se mobilizaram e estão coletando assinaturas que serão encaminhadas ao prefeito de Maringá, Silvio Barros II, pedindo o veto do projeto. O movimento tem até nome: Super Salário NÃO! Veta Prefeito!. "Estamos recebendo a adesão dos moradores da cidade que assim como nós não concordam com esse aumento de salário. A campanha não ficará apenas na internet. Teremos reuniões presenciais e vamos buscar cada vez mais assinaturas", disse um dos organizadores do movimento Edson Leonardo Pilatti.
A página na internet conseguiu, em 48 horas, mais de 1.400 assinaturas. O objetivo dos organizadores do movimento é chegar a 12 mil assinaturas, que serão entregues ao prefeito da cidade. Na próxima quinta-feira (24), os internautas prometem se reunir, a partir das 20h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar).
O projeto não passará por mais discussões, já que na última sessão os parlamentares realizaram duas votações. Os parlamentares aguardam agora a sanção ou veto do prefeito. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá informou que o prefeito não vai se posicionar enquanto não receber as assinaturas do manifesto.
Observatório Social critica aumento
O presidente do Observatório Social de Maringá, Carlos Anselmo Correa, criticou duramente o reajuste aprovado pelos vereadores. "Se nós levarmos em consideração a produtividade do nosso legislativo e a disponibilidade dos vereadores, este é um salário muito elevado. Se também lembrarmos o salário mínimo do trabalhador brasileiro, este reajuste torna-se mais agravante".
Prefeito de Maringá ganhará mais que o de São Paulo
O projeto de lei aprovado nesta quinta-feira (17) também eleva os subsídios do prefeito de Maringá em 44,1%. O salário do chefe do executivo vai subir dos atuais R$ 17,3 mil para R$ 25 mil, valor maior do que o pago atualmente ao prefeito de São Paulo (SP), que recebe R$ 20 mil. Já o próximo vice-prefeito de Maringá receberá mensalmente R$ 12 mil, aumento de 43,9%.
A matéria ainda prevê o aumento de 46,5% no subsídio do presidente do legislativo, que pelo acúmulo de funções recebe cerca de 50% a mais do que os demais vereadores. Pela proposta, o salário subiria dos atuais R$ 9,6 mil para R$ 14,1 mil.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura