Homicídios ocorridos em Maringá no primeiro semestre
2010: 22
2011: 25
2012: 28
2013: 29
Fonte: Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp)
Desamparo social é principal causa do alto índice de homicídios em Maringá
O desamparo social e a falta de perspectiva para os jovens, especialmente entre 18 e 24 anos, são os principais fatores apontados por especialistas para o aumento da taxa de homicídios em Maringá que, em dez anos, cresceu 130%. O índice, um dos maiores registrados no Paraná, fica atrás apenas de São José dos Pinhas, onde esse tipo de crime cresceu 199% no mesmo período. Os resultados foram obtidos no cruzamento dos índices de mortes do Datasus (o banco de dados do Sistema Único de Saúde) com o número de habitantes computado pelo Censo do IBGE.
Entre 2009 e 2011, Maringá foi uma das poucas cidades a apresentar aumento no índice de mortes violentas - cerca de 5%. Curitiba e Londrina registraram queda de 20% e 13% respectivamente.
Na comparação com os maiores municípios do Paraná, Maringá foi a única cidade a registrar aumento no número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) no primeiro semestre deste ano. É o que apontou uma prévia do Relatório Estatístico Criminal, divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), nesta quinta-feira (11). O documento com todos os dados consolidados deve ser apresentado até o mês que vem.
Entre janeiro e junho, Maringá teve 29 homicídios, um a mais que o mesmo período do ano passado, um aumento de 3,5%. Na comparação com 2010, a diferença foi ainda maior. No primeiro semestre daquele ano, 22 pessoas foram mortas, o que indica uma elevação de 31,8%.
Segundo a Sesp, os demais grandes centros paranaenses apresentaram redução nas mortes por assassinatos. Em Curitiba, por exemplo, foram 260 crimes no primeiro semestre deste ano, contra 404 de janeiro a junho de 2010, queda de 36%.
Nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba, a taxa de homicídios caiu 37%, com o registro de 327 ocorrências em 2013, contra 518 nos primeiros seis meses de 2010. As maiores quedas foram verificadas em Colombo (58%) e em São José dos Pinhais (50%). No interior, houve redução dos homicídios em Londrina (41%), Cascavel (13%), Ponta Grossa (22%) e Foz do Iguaçu (35%).
Em todo Paraná, 1.316 pessoas foram mortas entre janeiro e junho deste ano contra 1.795 em 2010, uma queda de 27%. O resultado foi bem avaliado pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Cid Vasques.
"É o resultado de um conjunto de ações promovidas pelas unidades da Segurança Pública, como operações sistemáticas, grandes apreensões de droga, a implantação de UPS em áreas mais sensíveis e também a elucidação de crimes, com a prisão de homicidas e traficantes", afirmou em entrevista para o site Agência Estadual de Notícias (AEN).
Diferença de números
No início deste mês, a Polícia Militar de Maringá divulgou um relatório de homicídios ocorridos no semestre, mas os números divergem dos repassados pela Sesp. No entanto, o levantamento também indica aumento de assassinatos passando de 30 mortes em 2012 para 35 em 2013.
Na ocasião, o tenente Cláudio Rocha, do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM) de Maringá, considerou o aumento pequeno. "Esses homicídios têm ligação direta com situações envolvendo usuários ou traficantes de drogas", comentou. O bairro maringaense mais violento neste ano, até agora, é o Conjunto Requião, apontado no relatório como o primeiro em número de homicídios: cinco no total.
"Tempos atrás tivemos concentração na região do Grevilha, final da Avenida Kakogawa. Ano passado o aumento foi no Jardim Alvorada. Agora estão concentradas na região do Requião", citou o tenente.