O taxista de 23 anos, filho do porteiro assassinado pelo morador de um prédio no último fim de semana na Zona 7 em Maringá, afirma que nunca conversou com o empresário acusado do crime. "Nunca falei nem um "oi" com ele [morador]. Ia ao condomínio tomar café e água com meu pai, já que geralmente eu e ele trabalhávamos no mesmo turno. Eu acabei me tornando amigo de outros porteiros que trabalhavam no prédio e tinha alguns clientes nos blocos."
O jovem contou que o pai trabalhava no local do crime há cinco anos e que, há dois anos, o morador vinha implicando com o porteiro. "Ele tinha rixinha com meu pai. Qualquer coisa que meu pai fizesse, o morador virava a cara e agredia verbalmente meu pai. O morador arrumava uma encrenca com meu pai e outros porteiros", contou.
O taxista disse que no sábado (4), dia do crime, ele e o pai estavam de folga, quando um colega, que reveza o mesmo táxi que ele, ligou e relatou uma abordagem agressiva do morador suspeito do crime. Segundo o filho da vítima, o empresário teria aberto a porta do carro e perguntou: "Cadê o neguinho". "Ele falou para meu colega que quando me encontrasse na rua, ia dar uma surra ou um tiro."
Após o aviso do colega, pai e filho resolveram ir até o prédio saber o motivo de o morador ter procurado o taxista. "A reação do meu pai, como todo pai, foi ficar bravo. Antes de ir até o prédio para saber o que aconteceu, fomos na delegacia registrar o boletim. Como era sábado, não foi possível e fomos orientados a ligar para delegacia se víssemos o morador armado."
O taxista contou que ao chegar ao prédio, junto com o pai, eles ficaram aguardando no portão o morador. Ele falou ainda o outro porteiro, que estava trabalhando, e o pai do morador testemunharam o caso. "O pai do empresário chegou a entrar na frente do meu pai."
Durante os disparos, o taxista ficou no telefone com a pessoa que o atendeu mais cedo na delegacia. "Ele pegou meu pai de surpresa. Ele chegou gritando e xingando. Falou que meu pai ia morrer. O morador deu um primeiro tiro. Meu pai correu para dentro do condomínio e o morador saiu atirando." O filho do porteiro conta que ele o pai estavam desarmados no dia do crime. "Fomos conversar. Não fomos brigar, nem agredir."
O taxista, que conversou com a reportagem da Gazeta Maringá entre uma corrida e outra, conta que era muito ligado ao pai. "Meu pai era um herói para mim. Sempre me ajudava. Ele estava feliz à beça e tinha planos para o futuro."
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