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Maringá Histórica

O “Sputnik” do Bispo: um sucinto relato da Catedral de Maringá

Catedral Santíssima Trindade – 1950 | Acervo Maringá Histórica / Museu Bacia do Paraná / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá
Catedral Santíssima Trindade – 1950 (Foto: Acervo Maringá Histórica / Museu Bacia do Paraná / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá)
Alfredo Werner Nyffeller, Dom Geraldo de Proença Sigoux, Hermann Moraes Barros e Aristides de Souza Melo. Lançamento da pedra fundamental da Catedral Santíssima Trindade – 1948. |

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Alfredo Werner Nyffeller, Dom Geraldo de Proença Sigoux, Hermann Moraes Barros e Aristides de Souza Melo. Lançamento da pedra fundamental da Catedral Santíssima Trindade – 1948.

Catedral Nossa Senhora da Glória – Década de 1950 |

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Catedral Nossa Senhora da Glória – Década de 1950

Início das obras da nova estrutura |

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Início das obras da nova estrutura

Posse do Dom Jaime Luiz Coelho – 24/03/1957 |

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Posse do Dom Jaime Luiz Coelho – 24/03/1957

Construção da catedral sob o aspecto da Avenida Getúlio Vargas – Década de 1960 |

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Construção da catedral sob o aspecto da Avenida Getúlio Vargas – Década de 1960

Na foto vemos João Coredato, vulgo Barba Rala, no topo da cruz da Catedral |

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Na foto vemos João Coredato, vulgo Barba Rala, no topo da cruz da Catedral

A futura catedral ao lado da estrutura de madeira – 1972 |

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A futura catedral ao lado da estrutura de madeira – 1972

No início da década de 1950, Maringá possuía cinco igrejas/capelas católicas estruturadas ao longo da malha urbana e rural. Eram elas, Capela São Bonifácio (construída entre 1939 e 1940), Capela Santa Cruz (edificada entre 1944 e 1945), Catedral Santíssima Trindade (pedra fundamental lançada em 1948), Capela Nossa Senhora Aparecida (construída entre 1949 e 1955) e Igreja São José Operário (pedra fundamental lançada em 1950).

Paradoxalmente, por um curto período, a cidade ficou provida somente por um padre. O alemão Emílio Clemente Scherer dirigia as missas na Capela São Bonifácio, situada em sua fazenda, e também realizava as homilias na Capela Santa Cruz. Era um longo caminho a percorrer da zona rural até o atual "Maringá Velho". O trecho era agravado ainda mais pela lama e barro, que eram partes que compunham o cotidiano da população.

Em paralelo às demais igrejas e capelas que foram instaladas em diversos pontos da cidade, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, conforme previamente planejado, havia reservado um espaço na área mais plana da urbe para a constituição da igreja matriz. Era uma forma de atrair as atenções dos investidores para o "Maringá Novo".

Desta forma, a Catedral Santíssima Trindade teve sua pedra fundamental lançada no ano de 1948. Dois anos depois, os encontros católicos já estavam em plena atividade nessa estrutura.

A Catedral, em pouco tempo, teve sua estrutura modificada. Duas escadarias foram instaladas na parte frontal do prédio. Depois, retiraram essas escadarias para dar espaço a duas torres de madeira. A 24 de março de 1957, Maringá recebeu o seu primeiro bispo, Dom Jaime Luiz Coelho, que no dia 15 de agosto do ano seguinte lançou a pedra fundamental da nova e arrojada construção da Catedral, já sob a nova denominação, Nossa Senhora da Glória.

Inspirado no foguete russo Sputnik II, Dom Jaime convidou o arquiteto José Augusto Bellucci para, ao seu lado, conceber a ideia. As obras ocorreram entre os anos de 1958 e 1972, quando foi inaugurada no 25º aniversário de Maringá. Foram muitas doações por parte dos fieis: sacas de café e cereais, materiais de construção, dinheiro, organização de eventos beneficentes, entre outros.

A antiga Catedral em madeira foi demolida em 1973. Quem retirou a primeira telha desse prédio histórico foi o Pe. Sidney Zanettini, que faleceu em 2005.

Sobre o projeto ímpar, além de inspirada no foguete espacial, alguns a assemelham a duas mãos juntas apontadas para céu como sinônimo de devoção a Deus.

Atualmente, a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória é considerada o 1º monumento religioso da América Latina e o 10º em nível mundial.

* Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM.

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