Contrariando o planejamento da Prefeitura de Maringá, o Parque do Ingá não reabrirá para o público em julho. De acordo com o prefeito Silvio Barros (PP), o atraso se deve à greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prejudicou o cronograma de algumas das obras previstas. Ele diz que a administração está revendo os prazos para estipular, em breve, uma data para a reabertura do parque.

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O prefeito disse que quatro obras estão atrasadas, porque, com a paralisação do Ibama, que começou no dia 13 de abril e terminou no dia 31 de maio no Paraná, a administração não recebeu ainda a autorização do órgão para transferir os animais do parque para outros zoológicos.

Por conta disso, os espaços das jaulas, do ambulatório e do local onde a alimentação dos animais é preparada não puderam ser desativados para o andamento das obras em questão.

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Ibama rebate a acusação

A vice-presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama (Asibama) do Paraná, Thaís Fernandes, rebate a acusação do prefeito.

Segundo ela, a greve não foi a responsável pela demora da liberação da autorização para transferência dos animais, porque esse serviço, considerado essencial, não foi interrompido em momento algum. "O Ibama enfrenta dificuldade para encontrar um zoológico adequado para os animais do Parque do Ingá", diz.

As obras

Silvio Barros diz que o ambulatório vai virar um banheiro público. Já o local onde a alimentação dos animais é preparada vai se transformar em um museu. Além disso, um auditório coberto deverá ser instalado no lugar da jaula onde estão abrigados o leão e o puma, e um centro de lazer ocupará o espaço da jaula dos macacos. "Quando o parque for reaberto, não haverá animais presos em jaulas", afirma.

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Se o Ibama demorar para autorizar a transferência dos animais para outros zoológicos, o prefeito diz considerar a possibilidade de relocá-los dentro do próprio parque, a fim de que as obras tenham continuidade. "Um estudo está sendo feito para sabermos se é possível fazer isso", diz.

O prefeito acrescenta que, em visita realizada ao parque na quarta-feira (9), ele chegou à conclusão de que é inviável a reabertura de apenas alguns trechos do parque em julho. "Dependendo do local onde estejam, as pessoas vão ter de andar muito para chegar a um banheiro público", comentou.

A greve

A greve dos servidores do Ibama abrangeu vários Estados brasileiros. No Paraná, começou no dia 13 de abril e terminou no dia 31 de maio. Segundo a vice-presidente da Asibama do Paraná, Thaís Fernandes, as reivindicações giram em torno da reestruturação da carreira dos especialistas em meio ambiente.

Ela diz que a função contempla 13 níveis. Os funcionários saltam de uma para outra a cada 12 meses. "Depois de 13 anos e até se aposentar, a situação do funcionário permanece estagnada", diz. Atualmente, o especialista do primeiro nível ganha R$ 3.365 e o do 13º nível, R$ 6.075.

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Histórico

Com a suspeita de que macacos estariam contaminados com febre amarela, o Parque do Ingá fechou suas portas pouco mais de um ano. Mesmo com a constatação - feita três meses depois - de que não havia perigo para a saúde humana, um dos principais pontos turísticos de Maringá permanece fechado para visitações. Em meio ao clima de mistério, a prefeitura alega que o parque segue inacessível ao público por conta de obras que estão sendo feitas no local.

Segundo assessoria de imprensa, a prefeitura vem estudando a revitalização do Parque do Ingá desde 2005, mas uma série de fatores causou o atraso nas obras, como prazos de licitação, autorização do Ibama e condições climáticas".