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Álcool era vendido entre R$ 1,90 e R$ 1,99, segundo cotação realizada em dez postos pela reportagem | Fábio Guillen / Gazeta Maringá
Álcool era vendido entre R$ 1,90 e R$ 1,99, segundo cotação realizada em dez postos pela reportagem| Foto: Fábio Guillen / Gazeta Maringá

O preço do etanol beira R$ 2 nos postos de Maringá e deixa novamente de ser o combustível mais vantajoso para os motoristas. Nesta sexta-feira (26), o etanol era vendido entre R$ 1,90 e R$ 1,99, segundo cotação realizada em dez postos pela reportagem. Em sete deles, o preço era equivalente a mais de 70% do valor do litro da gasolina, tornando-se desvantajoso.

"Houve uma queda na produção por conta de vários fatores climáticos. Nesta semana o preço subiu nas usinas por causa da lei da oferta e da procura. Subindo na usina, rapidamente a diferença chega ao consumidor", disse o superintendente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias.

Em comparação com o inicio da semana, o combustível subiu em média R$ 0,10 na maioria dos postos. Como o valor da gasolina permanece em torno de R$ 2,79 o litro, o álcool deixa de ter maior custo/benefício. A gasolina rende mais que o etanol.

Para saber qual combustível é mais vantajoso, é necessário dividir o preço do etanol pelo valor da gasolina. Se o resultado for de até 0,7 (que significa que o etanol custa até 70% do valor da gasolina), o etanol é mais vantajoso; caso contrário, a gasolina.

Safra 2011/12 será a menor em três anos no estado

A falta de investimentos no setor canavieiro e o clima negativo deste ano vão colocar a safra de etanol 2011/12 como a pior dos últimos três anos no Paraná. Levantamento da Alcopar mostra que o estado colheu 45,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2009. A safra recuou a 43,3 milhões de toneladas em 2010 e, na atual temporada, a associação estima que a produção seja ainda menor.

Desde o ano passado, a produção estadual de etanol não é suficiente para abastecer o mercado interno, revela o superintendente da Alcopar, José Adriano Dias. Ele lembra que, até pouco tempo atrás, o Paraná exportava o combustível para outros estados, mas agora precisa importar. "O déficit é tão grande que estamos precisando trazer o produto de São Paulo para suprir nossa demanda doméstica, o que antes não acontecia", pontua.

"Não temos investido nos canaviais nos últimos anos e, em razão disso, nossos canaviais estão velhos e pouco produtivos", justifica o dirigente. De acordo com estimativa da associação, dos 700 mil hectares de cana cultivados atualmente no Paraná, aproximadamente 350 mil estão envelhecidos - ou seja, não foram renovados nos últimos anos. Considerando que o valor para replantar um hectare de cana pode chegar a R$ 7 mil, o estado precisaria de R$ 250 milhões para renovar canaviais, calcula o superintendente da Alcopar.

Ele explica que só assim seria possível aumentar a produtividade das lavouras nos próximos anos. "O governo diz que vai disponibilizar recursos para o setor neste ano, mas por enquanto ainda não liberou nada. Mesmo se o crédito fosse disponibilizado agora, precisaríamos de mais de três anos para concluir o processo de renovação das lavouras. Ou seja, antes de crescer, a produção paranaense ainda deve recuar mais um pouco nas próximas safras", prevê Dias.

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