A Prefeitura de Maringá abriu edital para receber propostas de tecnologia que visam transformar o lixo da cidade em energia elétrica. Segundo o prefeito Silvio Barros, a intenção é desmembrar uma área de 30 mil metros no aterro controlado para que a usina termelétrica a base de resíduos seja construída. Contudo, os planos devem esbarrar na decisão judicial, já confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe a utilização do espaço e ainda determina a recuperação ambiental do aterro que recebeu o lixo de Maringá por 30 anos.
Esse foi um dos assuntos tratados pelo prefeito Silvio Barros, que recebeu em seu gabinete a reportagem da Gazeta Maringá. Além da questão do aterro, o prefeito falou sobre as mudanças no sistema de trânsito, a derrubada da Rodoviária Velha, o imbróglio envolvendo o contrato de concessão da Sanepar, entre outros assuntos que marcaram o ano político da cidade.
Gazeta Maringá - Prefeito, em 2010, a questão do lixo em Maringá não ganhou tanto destaque como em anos anteriores. Mas agora com a iniciativa da usina termelétrica a base de lixo, esse assunto deve voltar à tona nos próximos meses. Como está o cronograma do projeto e o que está sendo pensado para o lixo doméstico, já que a nova licitação, assim como essa que está terminando, tem validade de um ano?
Silvio Barros - Estamos buscando uma solução definitiva e que também visualize as perspectivas do futuro. Enterrar lixo é uma solução ultrapassada do problema e para uma cidade do tamanho de Maringá não se justifica mais. Estamos buscando soluções tecnológicas para a conversão energética, transformando o lixo em energia, o que é benéfico para o país em dois sentidos: se livra do lixo e gera energia limpa para o crescimento. O que já fizemos foi abrir um edital de apresentação de propostas de tecnologia que proponham para Maringá esse modelo de conversão energética. Enquanto isso não acontece, vamos continuar depositando o lixo em algum aterro ou local licenciado. Mas você vai me perguntar por que isso não foi feito antes. Foi por uma razão muito simples. Eu sou absolutamente contra a leitura do poder judiciário no que diz respeito a esse assunto. Eu não posso concordar com eles em nenhuma hipótese.
Eu entendo que o local onde nós colocávamos lixo já está contaminado, e, havendo a possibilidade de nós tratarmos lixo, ou seja, não haverá o que enterrar, porque que nós temos que licenciar outra área? Porque não usamos aquela área? Porque que nós temos que abandonar uma área que já está impactada há 30 anos e procurar impactar uma área nova? Eu não posso concordar com essa visão. Eu acho que está errado. Está completamente equivocado o entendimento do judiciário.
Mas na sentença do judiciário é que na área onde depositamos lixo todos esses anos, eu não posso instalar a usina termelétrica.
A Prefeitura vai tentar alguma medida judicial para tentar continuar utilizando a área?
O negócio está tão demorado porque eu não consigo me conformar com isso. Nós estamos entrando com processo de recuperação daquela área, que é obrigatória e eu vou novamente propor, juntamente com o processo de recuperação, um desmembramento da área para que possamos tirar daqueles 10 alqueires, 30 mil metros para fazer o tratamento do lixo. Se eu não conseguir, se eu for vencido nesse processo, na proposta definitiva vamos incluir que a responsabilidade de licenciamento da nova área será do proponente. Mas continuo afirmando. Isso é totalmente absurdo. Eu, como engenheiro sanitarista não consigo acreditar que eu vou ter que cumprir essa sentença.
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