Três times
O torcedor de Maringá deve ter três representantes no próximo Campeonato Paranaense de Futebol, em diferentes divisões. Não se trata de um privilégio, mas de um retrato da fragmentação do esporte na cidade, que tem três times se organizando para representá-la em 2010.
Em meio a perguntas sem respostas, uma certeza: o campeão do mundo com a seleção brasileira na Copa de 1994, Luís Antonio Corrêa da Costa, o Muller, assumiu o comando técnico do Grêmio Maringá. Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (4), o presidente e dono da marca, Aurélio Almeida, falou sobre o projeto de retorno do time para a terceira divisão do Paranaense em 2010 e a formação da equipe, que até agora se resume ao técnico ilustre, e três auxiliares.
A entrada de Muller no time maringaense marca a estreia do ex-jogador como técnico e a reestreia do Grêmio Maringá no cenário do futebol do Paraná. Em 2004, a equipe caiu para segunda divisão do Campeonato Paranaense e finalizou suas atividades. No mesmo ano, o ex-jogador encerrou a carreira no Ipatinga.
Muller desembarcou em Maringá pela primeira vez na noite desta quinta-feira (3), e daqui segue em busca dos atletas que vão compor o elenco. "Tenho mais conhecimento dos jogadores do interior de São Paulo", explicou, mas as peneiradas também devem acontecer por aqui. A diretoria disse ainda que pretende trazer os "velhos ídolos da torcida".
"Nosso projeto é de longo prazo", ressaltou várias vezes Almeida, coro que foi repetido por Muller. Segundo Almeida, os patrocinadores (também presentes na apresentação) vão comprar uma sede, e que na próxima semana será apresentado o local de treinamentos, emprestado, mas não disse do endereço. O presidente não deu prazos, mas garantiu que este começando com bastante antecedência para a temporada do próximo ano. "O grande erro de outros times é começar em cima da hora", disse Almeida.
Além de começar do zero, o novo Grêmio Maringá por enquanto está sem casa, visto que não firmou acordo com a Prefeitura, dona do Estádio Willie Davids. Segundo a secretária de esportes Edith Dias de Carvalho, representantes do time procuraram a administração e solicitaram um local para os treinos. O campo do distrito de Floriano foi oferecido, mas os dirigentes não ficaram satisfeitos. "Eles queriam o Willie Davids, mas o estádio está em reforma e sem data para terminar", disse ela. "A Procuradoria Jurídica não deu autorização de cessão do estádio, pois o time ainda tem dívidas com a prefeitura", afirmou Edith.
Muller não comenta os problemas da diretoria. "Não tenho nada a ver com o passado do time. Meu compromisso é daqui para frente", disse Muller. "Vamos dar novas alegrias à torcida". Na coletiva, também foram apresentados o preparador físico, Luiz Edmundo Correia (Cocada), o assistente técnico, Rudinei Lucas da Costa e o treinador de goleiros, Luiz Fernando.
Uma torcida sem time
Entre os presentes um questionamento: "Queremos saber sobre o projeto de instalação do time na cidade para que nossa equipe possa dar o apoio", disse Anderson Fernandes, presidente da Fúria Alvinegra. A torcida organizada tem aproximadamente 300 associados, nasceu enquanto o Grêmio ainda jogava, tornou-se oficial na época do Galo Maringá e ficou sem ter por quem torcer em seguida. "Cada time que passa pela cidade nossa torcida vai ficando pelo caminho", disse Fernandes.
Mas ele acredita que a chegada de um campeão mundial possa dar fim à inconstância do futebol maringaense. "O nome dele (Muller) também está envolvido. Ele não daria a cara se não soubesse que vai para frente", disse, apostando na credibilidade do novo técnico.
Mais sobre Muller e o Grêmio Maringá
Enquanto jogador, Muller foi bicampeão mundial pelo São Paulo, em 1992 e 1993. Integrou a Seleção Brasileira tetra-campeã do mundo, em 1994. Também defendeu o Palmeiras, Santos, Corinthians, São Caetano, Portuguesa, Cruzeiro, Tupi-MG, além de Perugia e Torino, na Itália, e Kashiwa Reysol, no Japão. Após pendurar as chuteiras, trabalhou como comentarista esportivo o no fim de 2008 atuou por curto período na comissão executiva do Santo André.
O Grêmio Maringá, cuja história inclui três títulos paranaenses (1963, 1964 e 1977), estava desativado desde 2004, quando foi criado o Galo Maringá. No fim de julho deste ano o time foi reativado e se refiliou junto à FPF, mediante o pagamento de taxas que somam aproximadamente R$ 65 mil.
O time, que precisará tinha dívidas que somavam cerca de R$ 10 milhões. Segundo Almeida, os débitos estão sendo pagos. O clube alimenta planos ousados. "Vamos montar um time para subir para a segunda divisão do estadual e até 2015 queremos estar na primeira divisão do Brasileirão. Nosso projeto é para dez anos", afirma Almeida.
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