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Maringá

Servidora municipal que teria desviado mais de R$ 1 milhão é exonerada

O prefeito de Maringá, Silvio Barros, assinou, na tarde desta sexta-feira (14), o decreto de exoneração da servidora municipal que teria desviado dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) da Secretaria da Saúde.

De acordo com o procurador jurídico da Prefeitura, Luiz Carlos Manzato, o procedimento administrativo aberto no ano passado apontou que o rombo foi de R$ 1,028 milhão. O próximo passo é apurar, juntamente do Ministério Público e da Polícia Federal, a responsabilidade da clínica onde a funcionária trabalhava.

De acordo com Manzato, a funcionária trabalhava fora do expediente na clínica em questão. Ela informava a Prefeitura que realizou exames a mais do que se verificou na realidade. A Prefeitura depositava a quantia referente à quantidade de procedimentos médicos na conta da clínica. "A suspeita é de que ela recebia da empresa para fazer isso", diz. "O processo administrativo contra a clínica será concluído em breve."

Além de concluir o processo administrativo contra a clínica, Manzato afirma que a Prefeitura vai apurar se mais funcionários estiveram envolvidos no desvio de dinheiro.

Os desvios foram descobertos em setembro de 2010, por um auditor da Secretaria da Saúde, que percebeu que a quantidade de guias pagas era maior que a quantidade de pacientes encaminhados. "Não consigo entender como ela pensou que não iríamos descobrir. Ela aumentava a quantidade de guias no relatório, mas não tinha guias assinadas pelos pacientes e pelos médicos. Não demorou muito para a auditoria perceber que os números não batiam", explica Manzato.

Logo após a descoberta, a servidora foi afastada do cargo e o caso, entregue ao Ministério Público e à Polícia Federal. As investigações foram feitas em sigilo.

Outro lado

O advogado da servidora e da clínica, Joel Coimbra, informou que vai estudar o decreto, para, então, entrar com recurso, a fim de que a servidora volte a trabalhar na Prefeitura. Segundo ele, a administração foi, também, omissa, ao não fiscalizar adequadamente o trabalho realizado.

"O contrato entre a Prefeitura e a clínica prevê que uma comissão de auditores avalie as guias mensalmente e elaborem um relatório, o que não foi feito. Eles [a Prefeitura] dizem que ela [a servidora] fazia esse trabalho, sendo que ela não é auditora. Como sabemos, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco", diz.

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