Os médicos que trabalham nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) - unidades 24 horas - e no Hospital do Idoso, em Curitiba, ameaçam entrar em greve a partir da próxima semana, caso as negociações entre o poder público e a categoria não avancem. A principal reclamação é de que o número de médicos estaria abaixo do mínimo necessário e isso sobrecarrega os profissionais. Há ainda desacertos em reajustes salariais e no valor do vale-alimentação. A negociação ainda não foi encerrada.
O "estado de greve" foi aprovado na noite desta segunda-feira (2), em assembleia promovida pelo Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar). A secretária geral da entidade Cláudia Paola Carrasco Aguilar relata que são cerca de 800 médicos trabalhando na capital do Paraná. Ela relata que os profissionais são contratados por meio da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (a Feaes) e que, caso venha a ocorrer a greve, não deve haver paralisação total da categoria.
Os médicos exigem que as UPAs voltem a ter a escala sempre cheia, com maior número de médicos. Eles pedem ainda que a hora trabalhada seja reajustada de R$ 60 para R$ 65, além de um aumento no vale alimentação de R$ 230 para R$ 310. A proposta apresentada até o momento pela Feaes, segundo o sindicato, foi de aumento para R$ 64 a hora trabalhada e reajuste do vale alimentação para R$ 250.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde, via assessoria de imprensa, disse que, assim como a Faes, ainda não foi oficialmente notificada sobre a possibilidade de paralisação dos médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas.
Em nota encaminhada à reportagem, o órgão acrescentou que junto com a Faes vem "investindo na melhoria e na qualificação profissional dos médicos que atuam na rede pública, visando fixar os profissionais por meio de melhorias significativas na remuneração. Em abril de 2012, de acordo com a SMS, antes de a Feaes assumir a gestão das UPAs, os médicos recebiam, no máximo, R$ 38,00 por hora trabalhada. Em maio daquele ano, já através da Feaes, este valor passou para R$ 45,00 e, em 2013, para R$ 60,00. "A proposta para a convenção coletiva 2014/2015 é a remuneração de R$ 64,50 por hora trabalhada, um reajuste de 7,5% - acima da inflação no período, que ficou em 5,8%", ressaltou a Secretaria, que ainda observa que "serviços de urgência e emergência, como é o caso das UPAs, não podem sofrer nenhum tipo de interrupção no atendimento, para não colocar em risco a população que necessita de atendimento médico".