Entre os 18 médicos que trabalham nas unidades de saúde do município de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, 14 estão com os salários atrasados. A falta de pagamento tem afetado o atendimento à população: segundo denúncia de dois conselheiros municipais de saúde do município, apenas quatro dos onze postos de Fazenda Rio Grande estavam funcionando no último domingo (28), para atender aos cerca de 85 mil habitantes. De acordo com o secretário, Pedro Cavichiolo, os salários estão atrasados devido à queda na arrecadação do município, mas ele espera acertar as dívidas até a próxima quarta-feira (31). "Fazenda Rio Grande investe 30% de seu orçamento em saúde, e mesmo assim estamos com problemas financeiros", explica. O total de 18 médicos engloba apenas os contratados através do Programa Saúde da Família (PSF), do Governo Federal. Além destes, segundo o conselho de saúde do município, foram contratados neste ano 23 plantonistas, que atendem no pronto-socorro e no Hospital e Maternidade Nossa Senhora Aparecida. Todos estes também estão com os salários atrasados.
Destes 23 plantonistas, apenas onze estariam de fato trabalhando no momento. De acordo com o conselheiro Carlos Alberto Santos, os demais têm deixado de aparecer devido à inadimplência da prefeitura. "Alguns profissionais já desistiram e outros não estão trabalhando regularmente. O problema, que antes estava restrito ao pronto-socorro e ao hospital, chegou agora aos postos de saúde", denuncia. Segundo eles, mesmo em postos onde ainda há médicos trabalhando, geralmente o atendimento é apenas de meio expediente.Atraso atinge apenas não concursados
Os únicos quatro profissionais que estão com a folha em dia, segundo a prefeitura, são os concursados. Os demais médicos foram contratados por meio de credenciamento: assinatura de acordo sem vínculos empregatícios. Como o sistema de credenciamento permite uma "brecha" (a prefeitura pode depositar o salário até 30 dias depois da data em que deveria pagar), o secretário argumenta que o salário só passa a ser considerado atrasado após essa data. Ou seja, só estaria de fato atrasado a partir do início de agosto.
O sistema de credenciamento começou a ser aplicado pela prefeitura em fevereiro de 2013. Cavichiolo afirma, contudo, que se trata apenas de uma solução provisória. "Já foi feito um concurso público para mais 15 médicos no município, que devem assumir seus postos até dia 7 de agosto. Além disso, o Programa Mais Médicos deve colocar mais três profissionais trabalhando. Com a entrada deles, esperamos não depender mais dos credenciados", projeta Cavichiolo.
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