Dados preliminares do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que o desmatamento na Amazônia voltou a subir. Segundo monitoramento feito pelo Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Inpe), os alertas de desmatamento cresceram 68% nos últimos 12 meses (agosto de 2014 a julho de 2015), em relação ao período entre agosto de 2013 e julho de 2014.
A taxa total de 5.121,92 km2, cerca de três vezes a cidade de São Paulo, é a mais elevada, nos registros do Deter, nos últimos seis anos.
Mais uma vez, o Mato Grosso liderou a lista do desmatamento (35%), seguido pelo Pará (cerca de 30%) e Rondônia (15%).
Embora seja feito pelo Inpe, esse levantamento não representa o número oficial do desmatamento no Brasil, que é feito por um outro sistema, mais preciso, do mesmo instituto: o Prodes.
Embora seja menos preciso -- o Deter só detecta desmatamento acima de 25 hectares e sofre mais com a interferência da cobertura de nuvens --, o sistema é considerado um bom termômetro do ritmo do desmatamento na Amazônia.
“Sabemos que os sistemas de alertas não representam o total de desmatamento e nem são eficazes para pegar pequenos desmatamentos com menos de 25 hectares e é exatamente isso que preocupa, pois com este aumento de alertas podemos esperar também um crescimento na taxa anual medida pelo Prodes”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Aumento esperado
O sistema de monitoramento independente SAD, feito pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e divulgado na semana passada, já indicava uma tendência de alta de 63% nos alertas.
A taxa oficial do desmatamento, feita pelo Prodes do Inpe, só será divulgada em novembro, próxima à Convenção Mundial do Clima de Paris.
O desmatamento é a principal fonte de emissões de gases-estufa do Brasil.
Os últimos números oficiais do sistema Prodes, referentes a agosto de 2013 a julho de 2014, indicaram uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.