O Brasil vai defender na última rodada de negociações antes da Rio+20, em Nova York, no fim do mês, que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, um dos resultados esperados da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), sejam usados como instrumento para mudar os padrões de produção e de consumo no mundo. Por enquanto, não há consenso em relação a essa definição.
Os objetivos são um conjunto de metas a serem adotadas por todos os países. A intenção do Brasil é emplacar de maneira mais clara o combate aos padrões insustentáveis, batendo mais forte nesse ponto com objetivos específicos. Na reta final, pretende equilibrar interesses para tentar chegar a um documento mais enxuto e com um ingrediente em falta até agora: o que negociadores chamam de "dose maior de ambição".
A um mês da Rio+20, a negociação segue indefinida. Na semana passada, quando indagada sobre um possível resultado concreto da conferência, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que seria "excepcional" se houvesse uma "obrigação para todos", referindo-se à produção e ao consumo sustentáveis.
Dois dias depois, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, falou sobre o mesmo tema. Para ele, a mudança desses padrões deveria ser liderada pelos países ricos. "São aqueles que têm claramente padrões insustentáveis. Não é possível achar razoável ou exigir que a nova classe média na Índia ande de bicicleta para salvar o planeta se a classe média num país desenvolvido tem dois carrões dentro da garagem", comentou Figueiredo.
De acordo com o embaixador, um dos principais objetivos da conferência é buscar convergência em relação a esse tema, para que haja "contração daqueles que estão abusando e aperfeiçoamento daqueles que não têm nada, de modo que se busque um padrão que o planeta aguente". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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