O público da Rio+20 que deixou para reservar hotéis na última hora, visando à reunião de cúpula da ONU - de 20 a 22 de junho - terá que abrir a carteira. Em grandes sites de reserva de hospedagem, na terça-feira, as diárias disponíveis em hotéis de três e quatro estrelas na Zona Sul equivaliam às de estabelecimentos de alto padrão. No Booking.com e no Hoteis.com, não havia mais vagas em cinco estrelas, cujo preço estabelecido pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio (ABIH-RJ) para a conferência é de R$ 1.056 o quarto duplo, sem a taxa de administração cobrada pela agência oficial da Rio+20, a Terramar.
O Hotel Bandeirantes, três estrelas, não fica na concorrida orla de Copacabana, nem perto do Riocentro, sede do encontro da ONU. Um dos poucos na cidade com vagas para 20 de junho, o estabelecimento, na Rua Barata Ribeiro, oferece no site Booking.com diárias de R$ 960 (single), R$ 1.050 (duplo) e R$ 1.350 (triplo). Hotéis de quatro estrelas também em Copacabana estão cobrando entre R$ 853 e R$ 1.180, para a mesma noite, no Booking.com. Já o preço da ABIH para a categoria é de R$ 687, sem a comissão da Terramar.
O presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, disse que durante uma reunião, nesta terça-feira, em Brasília, ficou acertado que um grupo formado por representantes da Terramar e do governo federal, incluindo a Embratur, a Casa Civil, os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, irá nesta quarta-feira ao Rio para negociar os descontos diretamente com os hotéis. A partir das 11h, haverá sucessivos encontros, no Rio Othon, para discutir com os empresários do setor a redução das tarifas, que ocorrerá com o fim da taxa de administração da agência. Ainda não foi divulgado quantos quartos que estavam bloqueados poderão ser liberados.
Nesta terça-feira, no Hoteis.com, o Atlântico Praia, de padrão três estrelas, na Avenida Atlântica, era o único disponível no bairro para o dia 20. O preço saía a R$ 1.254 ou R$ 1.423 (duplo).
Localizado no acesso à favela do Pavão-Pavãozinho, na Ladeira Saint Roman, o hotel-butique Casa Mosquito está lotado há seis meses para as datas da conferência, com uma diária de R$ 1.200. Sócio do estabelecimento, o francês Benjamin Cano explica que o preço é de alta temporada, o mesmo de réveillon e carnaval. O valor é o dobro da diária cobrada em períodos de baixa procura.
A Terramar informou na segunda-feira que vai liberar para os hotéis as vagas que não foram reservadas para o período de 12 a 19 de junho, de preparação da conferência. A pedido do governo brasileiro, a agência havia bloqueado 10 mil quartos de alto padrão no Rio para o evento, que acontecerá de 13 a 22 de junho.