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Meio ambiente

Expedição navega por 90 quilômetros do Rio Iguaçu

Bote inflável navegou pelo Iguaçu entre Curitiba e Porto Amazonas. | /Divulgação
Bote inflável navegou pelo Iguaçu entre Curitiba e Porto Amazonas. (Foto: /Divulgação)

O Rio Iguaçu agoniza pouco depois de nascer. Foi o que constatou uma expedição que percorreu o trecho mais poluído do maior e mais importante rio do Paraná. Não é a primeira vez que o estado de degradação é retratado, mas ingredientes novos aparecem a cada visita: além de garrafas pet e sofás, agora também bóiam no curso d’água tubos de TV e capacetes. Mas tal patrimônio natural não é marcado apenas por cheiro ruim e sujeira. Quando a quantidade de lixo e esgoto jogado diminui, surgem corredeiras que depuram o rio e poderiam ser exploradas para ações de esporte e turismo.

A iniciativa da expedição é do ambientalista José Álvaro Carneiro, ex-superintendente estadual do Ibama. A proposta é retratar, em um livro fotográfico, as condições do rio e levar as informações a quem pouco sabe sobre o Iguaçu. Essa é a terceira vez que José Álvaro navega o rio. Em 1994 e 2002, ele realizou expedições semelhantes e, assim, conseguiu comparar com a situação atual do Iguaçu. Na primeira descida, a vazão estava baixa, piorando a poluição aparente. Já em 2002, os dejetos estavam mais diluídos. “É impressionante a degradação perto da nascente. No restante, não está nem melhor, nem pior.”

A expedição encontrou muito lixo, principalmente nos 29 quilômetros do rio que cortam Curitiba. “Está horrível no encontro com o Rio Atuba. Escuro e fedido”, comenta José Álvaro. Nas margens, árvores se transformaram em varais para sacolas plásticas. Até Porto Amazonas, não há casas com a frente voltada para o rio. “A gente só dá as costas.” O ambientalista espera despertar o interesse das pessoas pelo Iguaçu com a edição de um livro. “O rio só é sujeito nas Cataratas. No restante, é objeto.” Ele propõe um evento, como uma descida anual, e a realização de atividades esportivas e turísticas na região das corredeiras entre Balsa Nova e Porto Amazonas.

O rio nasce em Curitiba e desagua em Foz do Iguaçu, cruzando o estado de Leste para Oeste. Mas a expedição se concentrou no chamado Alto Iguaçu. O trabalho de campo começou em junho. A bordo de um bote inflável, a viagem começou em Curitiba e foi até Porto Amazonas, passando por São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Araucária, Balsa Nova e Lapa. O projeto é financiado por recursos captados pela Lei Rouanet. A equipe inclui a cientista social Luciana Morais e os fotógrafos Hudson Garcia e Mariana Marquez Carneiro. Em novembro, o grupo navegará o trecho de 90 quilômetros novamente.

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