| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Uma vez por semana, 50 meninas em situação de vulnerabilidade social saem do Parolin, em Curitiba, para calçar sapatilhas e dançar em meia ponta, fazer pliés, aberturas e piruetas. O projeto Novos Sonhos, desenvolvido em Curitiba pela escola de dança e teatro D.O.M, no Água Verde, apresenta uma nova realidade para alunas de 6 a 12 anos da Escola Municipal Prof. Nansyr Cecato Cavichiolo. Por meio do balé, elas se divertem, praticam uma atividade física, reforçam laços de amizade e conhecem novas possibilidades de futuro.

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Letícia, 7 anos, se apressa em mostrar que sabe fazer uma abertura completa. “Nunca tinha feito aula de balé, mas tinha uma roupa em casa que eu ganhei, e sempre ficava dançando e brincando que era uma bailarina”, diz. Mais tímida, Eloize, 7, diz que está achando o balé muito legal, mas acha alguns movimentos um pouquinho difíceis. “O passo que eu mais gosto é o skip”, conta, demonstrando com pulinhos pela sala.

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Inspiração paulistana

As aulas começaram em abril, e segundo as idealizadoras, já produziram resultados. “É visível o entusiasmo e o brilho nos olhos das meninas, elas adoram. Praticam em casa, chegam aqui e mostram o passo que treinaram para a professora”, conta a bailarina Carla Morais, sócia-proprietária da escola de dança junto com a irmã Silvana Piragine. Segundo elas, as alunas do projeto não faltam uma vez sequer, e valorizam as aulas muito mais que as alunas regulares.

Desde que fundaram a escola, há 10 anos, as irmãs tinham o desejo de implementar algum projeto social. Ao conhecer o Novos Sonhos, desenvolvido em São Paulo (SP) pela Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista com crianças da cracolândia, decidiram trazer a iniciativa para a capital paranaense. “Conversamos com a missionária Jaqueline, que tem muito contato com a comunidade do Parolin. Ela toca um projeto de futebol com meninos, então pensamos em oferecer balé para as meninas”, diz Carla.

Requisitos

As alunas foram selecionadas levando em conta situações familiares de risco, e têm de ter frequência escolar e nota acima da média para permanecerem no projeto. Divididas em quatro turmas, elas são buscadas no Parolin por transporte disponibilizado pelo projeto e passam quatro horas na escola de dança. Além do balé, há um momento de aconselhamento e conversa, chamado discipulado, lanche e, eventualmente, orientações sobre higiene bucal e maquiagem de palco, ações oferecidas por voluntários.

Em dezembro, participarão da apresentação de fim de ano da escola, que acontece no auditório da Universidade Positivo. “Nosso objetivo é resgatar essas meninas da realidade em que elas vivem e dar uma porta de entrada para um futuro diferente, passando princípios e valores cristãos”, afirma Carla. Os talentos que se destacarem receberão mais investimento e podem até se tornar bailarinas profissionais.

Como colaborar

Para ajudar a bancar os custos do Novos Sonhos, que incluem uniformes, alimentação, transporte, entre outros, é possível adotar uma bailarina pelo custo mensal de R$ 80. “Mas não queremos que essa relação seja só financeira, vamos estimular que os padrinhos venham visitar e assistir às aulas de vez em quando, que troquem cartas com as meninas, levem para um passeio”, explica Carla. Também é possível colaborar doando quantias em dinheiro, materiais ou serviços.

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Projetos Novos Sonhos:

Facebook: Escola D.O.M - https://www.facebook.com/DOMEscola/?fref=ts

Site: Escola D.O.M - http://www.domescola.com.br/