O menino de 2 anos que está internado em Salvador, com agulhas pelo corpo, pode passar pela segunda cirurgia ainda neste domingo (20), segundo o hospital Ana Neri.
O quadro do menino é "muito bom" e por isso os médicos vão se reunir à noite para decidir se fazem a segunda cirurgia já neste domingo ou segunda-feira (21), de acordo com a assessoria de imprensa do hospital.
O objetivo da segunda cirurgia é retirar agulhas do fígado, intestino e bexiga do garoto, que está na UTI mas respira normalmente, fala e se alimenta, diz o hospital.
Primeira cirurgia
A equipe médica retirou, na sexta-feira (18), quatro agulhas do corpo do menino de 2 anos, após cerca de cinco horas de cirurgia. O procedimento foi considerado bem-sucedido.
Foram retiradas duas agulhas que perfuraram o pulmão esquerdo e outras duas que ameaçavam o coração do menino. A operação começou por volta de 15h (horário local) e terminou por volta de 20h, informou a assessoria do complexo hospitalar.
Roque Aras, diretor-médico do hospital, informou que, além da retirada das quatro agulhas do corpo do menino, foi feita uma correção da válvula mitral, atingida por uma das agulhas que ameaçavam o coração.
De acordo com Aras, o hospital é bem preparado para cirurgias mais complexas que a realizada na criança e, pelo aspecto técnico da operação, não houve problema nenhum. "Quando a gente se prepara para surpresas elas deixam de existir", diz. A equipe médica teve que abrir o tórax da criança, para trabalhar num pulmão e no coração. O sangue foi bombeado com a ajuda de aparelhos. Pinças foram usadas para retirar as agulhas que comprometiam órgãos vitais.
Cinco médicos, ente cirurgiões, cardiologista e pediatras participaram do procedimento cirúrgico.
Parte da equipe médica que operou a criança disse que as agulhas estavam oxidadas e ofereciam risco de infecção para o organismo do menino.
Ritual
De acordo com a polícia, o padrasto e duas mulheres são suspeitos de enfiar as agulhas no corpo da criança como parte de um ritual religioso. Os três estão presos. Segundo a polícia, o ex-padrasto do menino disse que comprava as agulhas para a suposta amante enfiar no corpo do garoto. Eles seriam orientados por uma religiosa. As duas mulheres negaram envolvimento.