| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Após mais de 90 dias de paralisação (somando os dois períodos), as aulas na Universidade Estadual de Londrina (UEL) serão retomadas nesta terça-feira (30). A definição foi tomada na tarde desta sexta (26) durante reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A medida foi aprovada mesmo diante de um protesto organizado por estudantes da instituição, que realizam uma greve.

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O retorno oficial só não será na segunda-feira (29) porque, de acordo com conselheiros do Cepe, a data está reservada para mais um dia de mobilizações no campus da UEL.

Estudantes protestam durante reunião do conselho de ensino; assista ao vídeo

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A volta às aulas foi decidida em um placar apertado – por 18 votos contra 13 – em meio a um barulhento protesto de estudantes. Desde o começo da semana, eles estão acampados na sede da reitoria. Na prática, os universitários permanecem em greve até nova decisão em uma assembleia que seria realizada ainda na noite desta sexta.

O grupo tentava adiar a decisão sobre o novo calendário, alegando que suas reivindicações não poderiam ser ignoradas. Entre os pontos questionados pelo movimento estudantil está ao sucateamento da universidade, a falta de professores e de servidores e o atraso nas obras de ampliação do Restaurante Universitário (RU), que só deve terminar em setembro.

Com o RU fora de operação, os universitários alegam que não têm como se alimentar. “Quando voltarem as aulas, não teremos o RU e não sei como comer. Não posso pagar R$ 6 por uma refeição. Vocês não podem ignorar os alunos. A greve para nós não acabou”, disse o universitário de Artes Cênicas João Poças.

Os estudantes chegaram a servir um prato feito no meio da reunião do Cepe e, em tom irônico, ofereceram o cardápio à reitora Berenice Jordão - que permaneceu impassível diante da oferta.

A pressão contrária também foi forte. Um aluno do curso de Agronomia pediu autorização para falar na reunião e argumentou pelo retorno urgente. “Não podemos mais esperar. Quem está acabando o curso corre o risco, agora, de perder os estágios curriculares nas empresas que já aceitaram receber os universitários”, defendeu o estudante João Vítor.

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Presidente do Cepe, a reitora foi a voz mais ativa pela volta às aulas. “Terça-feira será o primeiro dia letivo depois da greve”, decretou Berenice, ao fim do encontro dos conselheiros. A reitora declarou que os professores têm liberdade para decidir sobre as faltas aos alunos, caso a decisão deles seja de permanecer em greve.

Para os estudantes, a decisão de retomar o calendário não significou uma derrota: “Há tempos que os estudantes não estavam tão mobilizados. É uma vitória porque nos tornamos visíveis”, apontou o estudante João Poças.

Definição do calendário

Segundo a reitora, na próxima semana, órgãos administrativos e pedagógicos da UEL vão elaborar propostas para o Vestibular e para o cumprimento do calendário de 200 dias de aula obrigatórios. Ambos precisam, também, ser votados dentro do Cepe.

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