Acompanhe a angústia da família Chiah na cidade de Matinhos
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Confira a transcrição da entrevista de Nariman ao ParanáTV
"... Eu não moro em Beirute, moro em Beka, em Balbeck. Para eu poder sair de lá fiz uma ligação para o consulado brasileiro aqui em Beirute. Eles me mandaram um taxi e me trouxeram até aqui. Fizeram um passaporte novo para o meu filho, que meu marido tinha rasgado. De lá embarcamos para o aeroporto. Chegando na Policia Federal, houve um impedimento, falando que meu marido tinha feito um papel impedindo que eu e meu filho pudéssemos sair do Líbano.
... foi uma queixa que ele fez nesse tribunal...
... agora estou esperando o advogado que o consulado arrumou e eles vão ver o que eles podem fazer...
... é muito difícil. Meu filho está mal, eu estou mal...
.. já estive outras vezes aqui, mas dessa vez foi ruim. Ele encheu minha cabeça falando que a vida estava boa, que teríamos uma vida maravilhosa. Chegando aqui ele começou com agressão e com muita coisa para cima de mim e do meu filho...
... minha família não tem o que fazer lá no Brasil. Como está pendido ajuda de vocês (da imprensa), está pedindo para o governo brasileiro...
... ele tinha um processo contra ele. Ele tinha que responder a uma audiência e ele nem estava no Brasil. Ele não podia sair do Brasil enquanto não terminasse de responder o processo.
... o apelo que quero fazer é de muita ajuda. Estou sofrendo muito. Quero a ajuda do povo, do governo brasileiro, do Itamaraty, de tudo".
A tão esperada volta da brasileira Nariman Osman Chiah, de 21 anos, para Matinhos, no litoral do Paraná, ainda não tem data para acontecer. Impedida de deixar o Líbano com seu filho por causa de uma determinação de um tribunal religioso local, ela e a família fizeram apelos às autoridades brasileiras nesta quinta-feira (31).
Nariman contou a dura rotina a que tem se submetido nos últimos dias. No país há um mês e meio, a brasileira acusa o marido de agressão e pediu auxílio do consulado brasileiro para deixar o Líbano. "Moro em Balbek (próximo a Beirute, capital libanesa), e para sair de lá liguei para o consulado. Eles mandaram um taxi para mim e fomos para a embaixada. Lá fizeram um passaporte novo para o meu filho, já que meu marido tinha rasgado o outro, e fomos para o aeroporto".
Mas, ao tentar embarcar, Nariman foi impedida pelas autoridades legais. "Chegando na Polícia Federal, houve um impedimento dizendo que meu marido tinha feito um papel de um tribunal que impedia nossa saída. Agora estou esperando que o advogado que o consulado me arrumou diga o que preciso fazer", explicou ao telejornal ParanáTV.
Transtornada, a brasileira faz um apelo a todos que possam ajudar. "Meu filho está mal, eu estou mal. Viemos outras vezes para cá, mas dessa vez foi ruim. Ele (o marido, Ahmad Holeihel) me encheu a cabeça dizendo que a vida estava boa e que seria maravilhoso. Mas chegando aqui, ele começou com as agressões", disse emocionada.
Família comovida
As declarações emocionaram a família - que também mora em Matinhos. Os familiares disseram se sentir impotentes para ajudar Nariman. Grávida de quatro meses, a paranaense está em um abrigo na cidade de Beirute, sob a proteção do consulado brasileiro.
Mahassen Chiah, mãe de Nariman, chorou ao ver a repercussão do caso e pediu pela volta da filha. "A gente precisa de ajuda. Não sabemos o que fazer. Se eu for para lá vai piorar as coisas. Se tiver algum jeito da gente tirar ela de lá... Ela brasileira, meu neto brasileiro. O lugar dos dois tem que ser aqui", disse.
Governo brasileiro acompanha o caso
De acordo com o Itamaraty, tudo que está ao alcance do consulado brasileiro está sendo feito. O documento que impede a saída de Nariman é reconhecido pelas autoridades locais e os advogados do consulado tentam reverter a decisão.
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse que não é possível afirmar que o grupo extremista Hezbollah tenha ligações com o caso, conforme especulado anteriormente.
Além do entrave judicial, sob a lei islâmica, por ser casada com o libanês Ahmad Holeihel, a brasileira seria impedida legalmente de sair do país com o filho sem a autorização do pai. De acordo com a BBC Brasil, Helihel é simpatizante do Hezbollah e, como o aeroporto é ponto de disputa entre o grupo extremista e o governo local, o caso pode ter influências políticas.
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