O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou o resultado da medição do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgado nesta quarta-feira (24), que apontou o desmatamento de 123 quilômetros quadrados de floresta em maio. Em relação a maio de 2008, quando o monitoramento registrou 1.096 km² de desmate, houve queda de 88%.
O ministro creditou a redução a ações governamentais de combate ao desmatamento e a acordos firmados com setores produtivos, como as cadeias da soja e da madeira. "A razão da queda do desmatamento é a ação articulada dos ministérios do Meio Ambiente e da Justiça, do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e da Polícia Federal com a Força Nacional, a ações permanentes. Os números são bons porque terão sustentabilidade", avaliou.
De acordo com o diretor de proteção ambiental do Ibama, Luciano Menezes, de janeiro a junho deste ano, o órgão executou 109 das 300 operações de fiscalização e repressão a crimes ambientais. "Estamos atacando organizadamente", afirmou.
Até junho, o Ibama aplicou 1,1 mil autos de infração, num total de R$ 806 milhões em multas. No entanto, o ministro admitiu que apenas cerca de 10% desses valores são efetivamente pagos. "Até o fim do ano espero que possamos chegar a 20% ou 25% de multas pagas", disse.
Segundo Minc, as ações e as operações em andamento na Amazônia deverão ser reforçadas nos próximos meses, quando o desmatamento tradicionalmente é maior por causa do período seco na Amazônia. "A guerra é agora, nos próximos meses, quando tem menos chuva e o pessoal desmata mais."
O ministro defendeu a articulação entre medidas de repressão e criação de alternativas econômicas para as populações que se sustentavam pelo desmatamento ilegal.
Durante a entrevista, Minc disse que a ida à Câmara nesta quarta-feira para dar explicações por ter chamado os grandes produtores rurais de vigaristas, "não tirou seu humor", apesar de ter durado cinco horas.
O ministro disse que vai à Groenlândia para uma reunião com 25 ministros do Meio Ambiente para discutir mudanças climáticas, período no qual "esquecerá" da bancada ruralista com quem vem trocando farpas. "Vou esquecer os ruralistas por algum tempo, abraçado aos ursos polares da Groenlândia", brincou.
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