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Nada de novo no humor do curitibano. O morador da cidade mudou bastante nos últimos anos, mas, questionado se está mais simpático, não houve consenso: há um empate técnico entre os que dizem sim (41%) e os que acham que não (39%). O levantamento, feito pela Paraná Pesquisas, também mostra que há uma grande parcela que ficou em cima do muro. “Mais ou menos”, foi a resposta de 18% das pessoas.

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Então o curitibano permanece com a pecha de antipático? Para Cadu Scheffer, comediante do grupo Tesão Piá, a resposta é não. “Muita gente diz que o curitibano não conversa, mas acho que é mais por timidez. O curitibano é meio jacu, só isso”, observa.

O escritor e cronista da Gazeta do Povo Dante Mendonça também tem uma avaliação mais positiva do habitante local. “O curitibano típico é quase tão raro como uma ararinha azul. A cidade recebeu muita gente, e hoje o único ensimesmado que não gosta de conversa é o Dalton Trevisan”, brinca.

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Mobilidade e insegurança geram tensão

O curitibano não está sozinho quando diz que se sente mais ansioso do que cinco anos atrás. “O nível de estresse em todo o Brasil tem crescido bastante, não é uma situação localizada”, diz o médico psiquiatra Marcelo Maroni Saraiva. Segundo ele, o estresse é um problema mundial, mas com agravantes no país. “Temos aqui duas situações que não ocorrem. Leia a matéria completa

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Os números da pesquisa, porém, indicam que a maioria das pessoas não pensa assim. Para 45% das pessoas, o morador da capital paranaense está mais esnobe do que há cinco anos. O alento é que, para 44%, o curitibano não ficou mais metido não.

Mesmo que não seja a euforia em pessoa, o curitibano está mais receptivo. Essa é a percepção de 57% das pessoas. E também está mais festeiro, para 58%.

Introvertido

Em julho de 2006, um levantamento semelhante encomendado pela Gazeta do Povo com pessoas que vieram de fora de Curitiba. A palavra que melhor definia o morador local na ocasião era “fechado”, segundo 55,7% dos entrevistados. Outros 18,8% achava o curitibano conservador; para 17,4%, era arrogante. Mas 16,3% disseram simpático. Os “forasteiros” gostavam da cidade, e deram nota de 8,6 para Curitiba. Os curitibanos, porém, receberam apenas 6,6.

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“Tenho amigos gaúchos, do Rio de Janeiro, de Minas, e eles até se impressionaram, dizendo que acharam o curitibano simpático. Claro que tem aqueles mais fechados, mas no geral as pessoas estão saindo mais, indo mais pra rua, são mais sociáveis”, diz Cadu Scheffer, que nasceu em Curitiba e faz piadas sobre o morador local junto com seu grupo Tesão Piá. “Essa fama de fechado é bom para o meu trabalho, mas na verdade mudou muito, não acho que seja mais assim.”

Estresse

A Paraná Pesquisas também levantou que o curitibano está mais trabalhador (60% concordam); vaidoso (71%); moderno (82%) e, provavelmente como reflexo disso tudo, vive sob mais pressão. Para 90%, o morador local está mais estressado que cinco anos atrás.

Leia a crônica de Marcos Henrique Xavier Vicente

Uma prima minha de Campinas chegou semana passada para alguns dias de férias em Curitiba. Ao embarcar no táxi na rodoviária, perguntou ao motorista o que tinha de bom para fazer na cidade. E a resposta foi, no mínimo, seca: “Nada. Aqui as pessoas só ficam em casa, debaixo das cobertas”, reclamou o chofer, prosseguindo o resto da corrida em silêncio. Leia a matéria completa

“É uma sensação de que não se tem mais tempo para lazer. As pessoas estão gastando mais tempo com academia, com esporte, com salão de beleza, mas no geral trabalham bastante e precisam enfrentar um trânsito pesado. Por isso se sentem mais estressadas”, afirma Murilo Hidalgo, diretor comercial da Paraná Pesquisas.

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Os resultados da pesquisa, segundo Hidalgo, mostram que a “essência” do curitibano continua a mesma. “Naquilo que o Brasil e o mundo mudaram, o curitibano diz que mudou também. É um mundo mais competitivo, mais estressante, mais conectado, mais moderno. Mas, quando se trata da percepção de que o curitibano é fechado, não se vê mudança”, acrescenta.