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O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou nota nesta quarta-feira (7) em que afirma que o menor que prestou depoimento sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro do Flamengo Bruno, disse que ela teria sido morta por estrangulamento. O atleta teve a prisão temporária decretada nesta quarta e é procurado pela polícia.

Veja abaixo a íntegra da nota:"Decretada, a pedido do MPRJ, a prisão do Goleiro Bruno

A Justiça decretou, na manhã de hoje (07/07), a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a prisão temporária de Bruno Fernandes das Dores de Souza, goleiro do Flamengo, e Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, pelo crime de sequestro (Art. 148 do Código Penal) de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.

A medida foi tomada após depoimento de um primo do atleta, que confessou na Divisão de Homicídios do Rio ter participado do sequestro de Eliza Samudio, na noite de 04 de junho na saída de um hotel na Barra da Tijuca. Segundo o menor, de 17 anos, ela teria sido morta por estrangulamento. O adolescente foi detido, na tarde de ontem, na casa de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, e vai ajudar nos trabalhos de localização do corpo da vítima.

O pedido de prisão temporária, por cinco dias, foi feito pelo Coordenador da 1ª Central de Inquéritos do MPRJ, Promotor de Justiça Homero das Neves Freitas Filho, no fim da noite de ontem (06/07), ao Plantão Judiciário."

Advogado não sabe onde está Bruno

Um dos advogados do goleiro Bruno, Michel Assef Filho esteve no fórum do Rio nesta quarta-feira (7) para pegar a cópia do pedido de prisão temporária do atleta do Flamengo. Assef informou que ele não sabe onde Bruno está.

"Eu estou tentando obter a cópia do decreto de prisão porque só estou sabendo tudo pela imprensa", disse ele. Assef informou ainda que vai entrar com um pedido de habeas corpus ainda nesta quarta.

Bruno foi visto treinando pela última vez no Centro de Treinamento do Flamengo na sexta-feira (2). Ele não falou com a imprensa. Nesta terça-feira (6) um dos advogados do escritório que defende o goleiro, Monclar Gama, disse que Bruno estava na casa no momento em que a polícia chegou para levar um menor, que prestou depoimento sobre o caso. O depoimento dele levou aos pedidos de prisão desta quarta.

Justiça pede prisão temporária

A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta quarta a prisão temporária do goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como "Macarrão". Segundo a Justiça, os dois são acusados de sequestrar a ex-amante de Bruno, Eliza Samudio. Ela está desaparecida desde o início do mês de junho.

A assessoria da Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que outros oito mandados de prisão foram decretados pela Justiça mineira, entre eles, mais dois contra Bruno e Macarrão, além da mulher do goleiro, Dayane Fernandes. Também teriam sido acatados três mandados de busca e apreensão de veículos.

Duas equipes da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro chegaram ao condomínio onde mora o goleiro do Flamengo, Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, por volta das 5h desta quarta. Policiais entraram na casa por volta de 8h e saíram 15 minutos depois. Segundo informações iniciais da polícia, Bruno não estava em casa e as buscas ao goleiro e seu amigo continuam.

Bruno nega envolvimento no sumiço de Eliza. Na semana passada, disse ao G1 que estava "chateado" com o caso. "Por enquanto é uma situação delicada. Estou chateado. Estou torcendo pra que ela possa aparecer. Está sendo constrangedor, não só pra mim, quanto para minha família. Chateado eu estou, pelo fato de ela ter desaparecido, mas quero que ela apareça logo, para que a gente possa conversar, voltar a ser feliz outra vez, porque tá difícil."

Interrogatório

O jovem de 17 anos, que foi apreendido pela polícia na casa do goleiro, prestou depoimento por mais de sete horas na terça-feira (6), na Divisão de Homicídios do Rio. O interrogatório pode ajudar a polícia a desvendar todo o mistério em torno do desaparecimento de Eliza. Ele foi levado para Minas, para ajudar nas investigações que estão centralizadas por lá.

O adolescente foi encontrado na casa do jogador na tarde desta terça-feira, após uma denúncia. O goleiro Bruno estava em casa e abriu a porta para os policiais. De acordo com a polícia, o depoimento do menor foi considerado esclarecedor, apesar dele ter entrado em contradição várias vezes. Durante o interrogatório, ele confirmou que Eliza está morta.

Segundo a polícia, o adolescente mentiu em alguns momentos. No interrogatório, de acordo com a polícia, ele contou que ajudou o Luiz Henrique Romão a levar Eliza Samudio e o bebê do Rio para o sítio do goleiro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Versão do menor

O adolescente disse à polícia que estava escondido no banco de trás do carro. No meio da viagem, segundo ele, houve uma discussão e ele bateu na cabeça de Eliza com uma arma que pertenceria a Macarrão. O menor contou que, neste momento, ela sangrou, mas ainda estava viva.

Mais adiante, o jovem falou que Eliza estava morta, mas não revelou quem seria o assassino. A caminhonete usada por eles seria a mesma onde o teste de luminol confirmou vestígios de sangue numa das janelas. O exame de DNA, que fica pronto esta semana, vai dizer se o sangue é de Eliza.

O advogado de Macarrão, Ércio Quaresma Firpe, questiona a história que teria sido contada pelo menor e afirmou que seu cliente não tem arma. Para ele, a ação da polícia foi irregular. "O depoimento do menor, juridicamente falando, é desperdiçar papel. Não tem validade", falou.

Denúncia

Numa entrevista à Rádio Tupi, do Rio, um conhecido do adolescente disse ter ouvido do jovem que Bruno teria dado dinheiro a um homem identificado como Clayton para que entregasse o corpo de Eliza a um traficante.

"O Bruno contratou o cara para dar sumiço, o Clayton, para levar o corpo até o cara que ia sumir com o corpo. Aí, pagou R$ 3 mil, ‘tᒠentendendo? O garoto sabe também, o garoto viu aonde ‘tá’. O garoto vai dar tudo. A garota foi desossada, enterraram os ossos da garota e concretaram", disse o homem em entrevista à Rádio Tupi.

O depoimento do adolescente terminou no fim da noite de terça-feira e o promotor de Justiça que acompanhou parte das sete horas e meia de interrogatório disse que as informações do adolescente no depoimento parecem consistentes: "A versão dele é crível, a versão dele é razoável", disse.

A Polícia Civil do Rio vai repassar todos os detalhes colhidos no depoimento para a polícia de Minas Gerais. Segundo a polícia, é a partir do confronto do que diz esta testemunha com as evidências colhidas até aqui, que os investigadores esperam estabelecer o que aconteceu com Eliza Samudio.

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