A secretária Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, lamentou nesta quinta-feira a chacina de 11 crianças ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ela disse que a secretaria vai trabalhar em conjunto com outros órgãos dos governos federal, estaduais e municipais para evitar que crimes como esse se repitam. Para a ministra, as escolas devem ser locais de segurança "plena" e que a chacina ocorrida pela manhã ultrapassa "o limite de qualquer violência".
Maria do Rosário foi surpreendida pela notícia sobre o caso quando participava de uma reunião com integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG). Ao saberem dos assassinatos das crianças por um ex-aluno da escola, a ministra e os vereadores interromperam a reunião para uma oração. "O Brasil chora por esse ato de violência absurdo que resultou na morte de crianças inocentes", declarou, emocionada, Maria do Rosário.
Depois da reunião, havia sido marcada uma coletiva com a ministra, mas a entrevista foi abreviada em função da chacina. "Estamos num luto muito forte. Queremos manifestar nossa solidariedade e sentimento de tristeza que toma conta do Brasil nessa hora", disse, nos poucos momentos em que chegou a falar com a imprensa.
Maria do Rosário pediu que o País fique "firme e unido" diante do sofrimento das famílias das vítimas. Ela afirmou que o governo vai trabalhar "para que não existam situações assim" e fazer "esforços plenos" para garantir a proteção de estudantes dentro das escolas. "Realmente, passamos do limite de qualquer violência diante desses fatos", afirmou.
A agenda de Maria do Rosário na capital mineira incluía ainda a inauguração do Centro Nacional dos Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis e a participação em uma reunião sobre a instalação de unidades para conectar cartórios e maternidades. No entanto, todos os compromissos foram cancelados e ela saiu da Câmara direto para o aeroporto, para embarcar em direção ao Rio de Janeiro.
Kassab
Outro político que lamentou a tragédia no Rio foi o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ele divulgou uma nota onde afirma que o episódio foi "inaceitável". "É com imensa dor que todos nós acompanhamos as notícias sobre a tragédia ocorrida no Rio. Lamento profundamente esse episódio inaceitável, que causou a perda de vidas inocentes".
A rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação também declarou pesar e solidariedade aos estudantes e trabalhadores da escola e a seus familiares. Segundo o grupo, "hoje é um dia de luto para a educação brasileira". Para os articuladores da rede, os fatos demonstram se tratar não só de um problema de segurança pública, mas também de um problema educacional.
- Famílias chegam ao IML do Rio para reconhecer corpos
- Após tragédia no Rio, Dilma decreta luto de três dias
- Crime no Rio é repudiado pela Unesco e tem destaque na imprensa internacional
- Dilma chora e pede um minuto de silêncio por crianças assassinadas
- Sargento impediu massacre maior, diz Cabral
- Dilma está "chocada" e "consternada" com tragédia no Rio, diz porta-voz