Apesar de ter descartado o projeto do metrô, a gestão do prefeito Rafael Greca (PMN) elencou como prioridade outros projetos que também eram defendidos pela gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT). Dos cinco pontos com negociações alinhadas pela nova administração da prefeitura de Curitiba, quatro já faziam parte dos projetos do governo passado.
Nesta quarta-feira (25), a prefeitura afirmou ter “salvado” R$ 2,3 bilhões em financiamentos para grandes obras de mobilidade que o município já estava habilitado a receber, mas que corriam o risco de serem cancelados ou por não cumprimento de contratos ou mudanças nos projetos. De acordo com o município, a maior parte do recurso é os R$ 1,8 bilhão que a União emprestaria à cidade para a construção do metrô.
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Leia a matéria completaO prefeito Rafael Greca disse que propôs usar esses recursos em outros projetos, sugestão que, segundo a prefeitura, já teria sido aceita pelo Ministério das Cidades. Agora, os projetos técnicos serão atualizados para apresentação aos financiadores – entre eles a Caixa Econômica Federal.
A prioridade de Rafael Greca será finalizar a Linha Verde, mas o prefeito também colocou em sua lista de prioridades a requalificação da linha direta Inter II, a implantação dos ligeirões Norte-Sul e Leste-Oeste e a criação de uma nova ligação entre Curitiba e Fazenda Rio Grande. Com exceção da ligação metropolitana, todas as demais faziam parte do plano de governo de Fruet.
Linha Verde
Em princípio, a ideia de Fruet também era concluir a Linha Verde. Durante sua gestão, o ex-prefeito retomou e concluiu obras no trecho e deu início aos serviços no eixo norte. Mas ele deixou em andamento as obras do lote 3.1 (3,4 mil metros, da Victor Ferreira do Amaral até o Hospital Vita), ao custo de R$ 51,3 milhões - sendo R$ 25,3 milhões do PAC e R$ 26 milhões da Prefeitura de Curitiba; e as do lote 3,2, que está orçada em R$ 27,4 milhões com recursos da venda de títulos de potencial construtivo e da Agência Francesa de Desenvolvimento.
Novos ligeirões
O aumento da capacidade do transporte no eixo Leste-Oeste também era uma promessa de Fruet. O projeto, entretanto, parou na tentativa de obter R$ 27 milhões junto ao Governo Federal para a primeira etapa – o desalinhamento das estações-tubo entre a Rua Eduardo Sprada e o terminal Campina do Siqueira. Essa etapa da obra chegou a ser licitada e aguarda os recursos da União, que arcaria com 100% do valor.
Já para o ligeirão do eixo Norte-Sul, outra prioridade de Rafael Greca, Fruet chegou a completar o desalinhamento das estações-tubo e a maior parte da reforma do Terminal Santa Cândida (a antiga gestão considera a obra completa, mas passageiros ainda cobram melhorias no local). Mas sem acordo com as empresas de ônibus, não houve quem comprasse os 24 ligieirões para operar no local. Rafael Greca já anunciou no Facebook que a compra desses veículos faz parte das negociações com as empresas de ônibus para a renovação da nova tarifa técnica.
Inter II
A requalificação da linha Inte II também era uma meta de Fruet. O ex-prefeito tinha um projeto para melhorar a linha ao custo de R$ 100 milhões, com a implantação de faixas exclusivas, compartilhamento de trechos de canaletas, reforma e construção de terminais, além de trincheiras e implantação de binários. O único item do projeto que ficou em condições de licitação foi a trincheira da Mario Tourinho, mas a contratação não chegou a ser aberta porque a gestão terminou sem a homologação do projeto pelo Ministério das Cidades.
Ex-prefeito contesta a “recuperação” de recursos
A assessoria de imprensa da administração anterior, de Gustavo Fruet, argumentou que a informação sobre a recuperação de recursos anunciada por Rafael Greca não procede. “Todos os recursos citados na matéria publicada no site da Prefeitura já estavam assegurados. Inclusive, constam no relatório entregue pelo ex-prefeito Gustavo Fruet em reunião de transição no gabinete com o atual prefeito, acompanhada pela imprensa, no final de 2016”, diz a nota.
Segundo a assessoria de imprensa do ex-prefeito, a equipe de transição de Fruet destacou que a equipe da prefeitura esteve em Brasília e que havia necessidade de acompanhamento constante dos projetos.
“No caso da Linha Verde, diante da crise econômica, do Governo Federal, nossa gestão conseguiu em Brasília autorização para inverter o cronograma de desembolso. Até o momento estão sendo utilizados recursos da Agência Francesa e da Prefeitura no lote 3.1. A União se comprometeu a fazer o repasse para fase final da obra”, acrescenta a nota.
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