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O assunto de hoje, proposto por um advogado, é o uso dos pares de palavras que compõem o título desta coluna: morada/moradia e estada/estadia. Farei uma abordagem orientada por dois tipos de instrumentos normativos: nossos principais dicionários e manuais e dicionários de questões de língua, a exemplo do Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, de Paschoal Cegalla.

Segundo o Aulete, as palavras "morada" e "moradia" podem ser usadas com a mesma acepção: casa, apartamento etc. em que se mora: "As enchentes deixaram milhares de pessoas sem moradia" (ou "sem morada"). Da mesma forma, empregamos "estada" e "estadia" com o mesmo sentido (permanência, estada temporária em algum lugar): "Durante a estadia em Natal, comemos muito peixe" ("durante a estada").

Nada simpáticos às mudanças da nossa língua, não poucos alfarrábios ainda mantêm a distinção entre as palavras. O uso de "estadia" deve se restringir à permanência de carros em estacionamentos, navios em portos e aviões em aeroportos ("Por causa da greve, foi longa a estadia do navio em Santos"). "Estada" é o ato de estar, a permanência de pessoa(s) em determinado lugar: "Durante sua estada nos Estados Unidos, o presidente teve uma agenda lotada."

A distinção entre "morada" e "moradia" é um pouco mais complicada. Muitos manuais sustentam o seguinte: "morada" é o espaço físico, sinônimo de casa, apartamento: "Minha morada é bastante confortável". Já "moradia" é o ato de morar, de habitar. Donde: "Minha moradia em Florianópolis foi inesquecível", isto é, o ato de eu ter morado em Florianópolis.

Talvez por serem mais atrativas sonoramente aos ouvidos dos falantes brasileiros, "moradia" e "estadia" são as duas palavras mais usadas dos pares mencionados, são mais produtivas. Mas as distinções dos manuais ainda são observadas em situações extremamente monitoradas.

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