Moradores de Alexandra sofrem com poluição causada por fábrica de fertilizantes
Moradores de Alexandra, distrito do município de Paranaguá, no Litoral do Paraná, reclamam de estar sofrendo problemas de saúde desde que uma fábrica de fertilizantes se instalou na localidade. Em entrevista à RPC-TV, nesta terça-feira (13), eles disseram que a fumaça das chaminés da fábrica se espalha por toda a região, com cheiro forte, e provoca irritação na pele, olhos e garganta. A aposentada Matilde Cruz mora há 58 anos no local e percebe a diferença. "A gente abria a janela pela manhã e sentia o ar puro e agora não sente mais", disse à reportagem do Paraná-TV. O latoeiro Edgar dos Santos também sente os efeitos da vizinha incoveniente. "Quando cai uma garoa na pele, ela fica irritada", contou à RPC-TV.
A fábrica de fertilizantes incomoda os moradores especialmente pelo forte cheiro. Em instalações à beira da BR-277 é possível ver a fumaça. No pátio da empresa há um enorme depósito do produto químico utilizado na fabricação dos fertilizantes.
O odor desagradável não é o único problema. Os moradores também reclamam do barulho das máquinas, especialmente durante a noite. O pior são os efeitos colaterais da fumaça: garganta seca e olhos irritados. A aposentada Dirce Moreira veio para Alexandra em busca de tranqüilidade na aposentadoria e não esperava sofrer de dores de cabeça por causa da poluição. "Quem vem de Curitiba e passa uma noite aqui em minha casa também se queixa de dor de cabeça", disse a aposentada ao Paraná-TV.
Cansado de ver o lugar onde nasceu enfrentar tantos problemas, o comerciante Pedro Albini quer mobilizar os moradores a cobrar uma solução definitiva para a fumaça em Alexandra. "Está terrível o cheiro, insuportável e ninguém faz nada. Vai ficar 20 anos sentindo esse cheiro e ninguém vai reclamar? Temos que ter um órgão competente para tentar nos ajudar", desabafou o comerciante à RPC-TV.
A Fertilizantes Heringer informou à produção do Paraná-TV que adota todas as práticas ambientais exigidas. Técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estiveram na empresa e coletaram amostras de água dos resíduos do pátio e de galerias pluviais. Além disso, o IAP notificou a empresa para que ela apresente os laudos de emissão de partículas na atmosfera. Os resultados devem sair nesta semana.
Quanto ao produto que está no pátio da fábrica, a assessoria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente informou que é enxofre e que a legislação diz que ele deve ficar a céu aberto por causa de risco de explosão.
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