Os moradores e comerciantes do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, voltaram a viver, na noite desta terça-feira (06), uma experiência que já não fazia parte de suas vidas desde a ocupação do morro pelas Forças de Pacificação, em novembro de 2010. Assustados com o tiroteio e sem fazer ideia do que estava acontecendo, fecharam portas, trancaram casas, esconderam-se atrás de balcões, sofás, o que havia para se proteger. Passada a tensão das balas traçantes, de ruas bloqueadas, do tiroteio, os moradores se dividiram entre os que culpam a truculência por parte dos soldados e os que acreditam que uns poucos estão agindo sob influência dos traficantes para enfraquecer as forças de segurança.
Só há um consenso entre os moradores. Todos querem que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) substitua os soldados do Exército. Uma faixa exibida por um morador dizia: "Chega de Exército, queremos UPP." A instalação de uma UPP no Alemão, prevista para o primeiro semestre deste ano, foi adiada, na semana passada, para junho do próximo ano. Hoje, o dia foi mais tranquilo.
Para alguns moradores, os policiais de UPPs saberiam lidar melhor com a comunidade. "Eles (soldados da Força de Pacificação) não estão preparados. Nos abordam só na base da força. Ao invés de chegarem com arma, por que não dão um tapinha no braço", disse o auxiliar administrativo Leandro Henrique Silva, de 22 anos.
O clima de tensão ficou evidente quando militares tentaram desfazer ontem uma barreira montada supostamente por traficantes de ontem para hoje, na rua Joaquim de Queiroz. No fim da tarde, um grupo de nove soldados tentou, por mais de 40 minutos, devolver as pesadas tampas à galeria de esgoto. À cada tentativa malsucedida, risadas e gozações de alguns moradores mais jovens.
Houve endurecimento nas ações de revista para quem entrava e saía do Alemão. Carros e motos foram parados por militares em todas as entradas do complexo. Pela manhã, cinco artefatos explosivos de fabricação caseira foram encontrados. Quatro estavam detonados e teriam sido arremessados contra os militares ontem à noite. Hoje, não houve registro de confronto.
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