Curitiba reencontra raízes índias em Kakané-Porã
Capital abriga a partir de hoje a primeira aldeia urbana do Sul do país. Projeto de R$ 800 mil abriga 25 famílias da reserva Cambuí e 10 dispersas pela periferia
Cerca de 200 moradores do bairro Caximba, região sul de Curitiba, realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (9) contra a construção de uma planta de reciclagem na área do Aterro da Caximba. Os manifestantes aproveitaram a presença de autoridades do governo municipal na inauguração da primeira tribo indígena urbana do Sul do país para gritar palavras de ordem na Estrada Delegado Bruno Almeida. Ninguém ficou ferido e os carros podiam passar pelos manifestantes. Apenas veículos da prefeitura foram impedidos por alguns minutos no final do protesto de sair, mas guardas municipais negociaram com os moradores e conseguiram passagem.
O protesto iniciou às 9h e terminou pouco depois das 11h. "Não esperávamos a adesão de tantas pessoas", conta Jadir Silva de Lima, que estava na manifestação e é membro da comissão de moradores que discute a implementação da nova planta. Ele acusa a prefeitura de descaso com os moradores da região, que não teria investido "nem um centavo" em 20 anos de aterro. Lima afirma que organiza junto com o padre José Antônio da Cunha, da paróquia Santana, uma vigília na quarta-feira (10) com os moradores na igreja. "É uma preparação para a audiência pública", disse Silva. Na quinta-feira (11) está programada uma audiência pública com os moradores da região.
Além da reunião com os moradores da Caximba, estão programadas três audiências ao longo da semana sobre a questão da planta de tratamento de lixo. A primeira é nesta terça, às 19h, em Fazenda Rio Grande, município da região metropolitana de Curitiba. Na quarta haverá outra em Mandirituba, outra cidade da região de Curitiba afetada pelo aterro.
Ações
O secretario municipal de meio-ambiente, José Antônio Andreguetto, nega a acusação de descaso com o bairro da Caximba afirmando que a área recebeu investimentos da prefeitura "assim como todos da cidade". "Reconhecemos que tem problemas com odor, com chorume. Justamente por isso insistimos na instalação dessa planta de tratamento, que pode resolver tudo isso", argumenta Andreguetto. Para o secretario, o custo para tratar a tonelada do lixo se manterá o mesmo e a população ao redor será beneficiada. Índios
Lima também afirma ter ressalvas quanto a nova reserva indígena. "Nada contra os índios, mas não duvido que a prefeitura comece a jogar lixo nas costas deles daqui a pouco", estima. Outra queixa é que os índios teriam sido retirados para que a prefeitura construísse um parque.
O secretário de meio-ambiente novamente nega as acusações. Reforça que a planta pode resolver os problemas relativos ao lixo e diz que os índios foram retirados de uma área de preservação ambiental de grau máximo que havia sido invadida.
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