Morreu na noite de segunda-feira (9) o rapaz, de 26 anos, atingido por disparos feitos acidentalmente por um policial militar da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) do 23.º Batalhão após uma confusão em um bar no Novo Mundo, em Curitiba, na noite de domingo (8).
O rapaz estava internado no Hospital Evangélico e foi a segunda vítima do caso. A tia dele, de 42 anos, acabou atingida no rosto e foi encaminhada ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu. A sobrinha da mulher que morreu, de 27 anos, foi encaminhada ao Hospital do Trabalhador e liberada em seguida.
A ocorrência que originou o deslocamento dos policiais até o bar na Avenida Brasília, esquina com a Rua João Ribeiro Lemos, no qual foi registrada pela Polícia Militar às 21h40 de domingo. Via telefone 190, o solicitante relatou que houve uma briga no bar e um homem armado ameaçava os clientes.
O motivo da confusão não foi informado, porém, os envolvidos foram retirados do estabelecimento. Segundo testemunhas, esse homem armado se identificou como sendo um policial militar, mas a informação não foi confirmada pela PM. “Essa pessoa não chegou a ser identificada. A ocorrência que se originou via 190, ficou no ar. Antes de ser feita a revista pessoal, aconteceu o fato lamentável”, afirmou o tenente-coronel Assunção, comandante do 13.º Batalhão que atende o Novo Mundo.
Mesmo não sendo a área de atuação, uma equipe da Rotam do 23.º Batalhão, ao retornar para a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), região em que atua, após ter encaminhado um jovem em conflito com a lei à Delegacia do Adolescente, ouviu no rádio a ocorrência de ameaça por arma de fogo e procurou prestar auxílio. “Pelo fato de estarem próximos do local e para evitar uma tragédia eles foram atender essa situação”, disse Assunção.
O tenente-coronel relatou que na chegada ao local os policiais se posicionaram de acordo com a técnica e o soldado Yago, responsável pela segurança da equipe, efetuou o “golpe de segurança”, procedimento feito para engatilhar a arma, e quando retornou, a arma disparou, sem mesmo estar com o dedo no gatilho.
Arma
A arma foi recolhida ao Instituto de Criminalística para exames de prestabilidade, que farão parte do inquérito. “Não podemos pré-julgar sem antes saber se o que houve foi defeito no mecanismo do armamento”, relatou Assunção, que confirmou que na posição que o soldado estava ao realizar o golpe de segurança, a arma estava na mira das pessoas. Essa arma é usada pelos policiais de unidades especializadas como a Rotam pelo alto poder de fogo, e o golpe de segurança é dado para “intimidar”. Em apenas um tiro, vários esferas de chumbo são disparadas.
A Polícia Militar afirmou que está revendo alguns protocolos de abordagem, segundo o órgão, antes mesmo do ocorrido. “Temos que analisar se há necessidade de dar o golpe de segurança com a arma apontada”, entre outras ações. As armas dos policiais também estão sendo encaminhadas para recall. Há relatos de policiais que tiveram falhas nas pistolas, até mesmo espingardas como a que disparou acidentalmente ser acionada somente com o solavanco dentro da viatura.