Morreu na manhã desta quarta-feira (24) a transexual Natasha, que em dezembro foi atacada por um grupo de jovens na Avenida Victor Ferreira do Amaral, em Curitiba, próximo à divisa com a cidade de Pinhais. Ela estava internada na ala de queimados do Hospital Evangélico desde que ocorreu o crime e não resistiu.
Natasha foi atacada por um grupo de jovens que a abordou na rua; eles desceram do carro, jogaram gasolina em seu corpo e depois atearam fogo. O crime ocorreu em 27 de dezembro. Como a queimadura foi extensa e profunda, ela teve que passar por um tratamento muito severo, o que a debilitou, conta Rafaelly Wiest, da ONG Transgrupo Marcela Prado, que acompanhava a vítima.
Além disso, a saúde de Natasha foi agravada por um quadro de depressão. “Ela estava muito sozinha, sem familiar, e isso levou à depressão. Ela ficou fraca, e em um acúmulo de tudo isso acabou morrendo”, lamenta Rafaelly.
A reportagem não conseguiu contato com o Hospital Evangélico para obter mais detalhes sobre o boletim médico da paciente. Em 18 de janeiro, o hospital informou à reportagem que as trocas de curativo da paciente eram feitas em um ambiente cirúrgico, sob efeito de anestesia, devido à gravidade dos ferimentos. Natacha teve queimaduras graves, de terceiro grau, que atingiram principalmente a cabeça e as costas.
Até a noite desta quarta-feira, o corpo da vítima ainda não havia sido liberado do Instituto Médico Legal (IML) para ser velado. A ONG busca apoio junto à Prefeitura de Curitiba para dar conta do processo burocrático e realizar o velório.
Investigação
Instalada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com sede em Curitiba, a investigação da morte de Natasha encontra-se atualmente na Delegacia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O delegado responsável pelo caso, Vitor Dutra de Oliveira, não foi encontrado na noite desta quarta para comentar o caso.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a vítima disse, em depoimento informal, que o crime ocorreu dentro dos limites do município de Pinhais. Após a violência, ela conseguiu se deslocar até um ponto mais movimentado, em Curitiba, onde caiu. Ela foi encontrada na esquina da Avenida Victor Ferreira do Amaral com a Rua Paulo Kissula, no Capão da Imbuia.
Rafaelly Wiest, do Transgrupo Marcela Prado, lamenta que a amiga não tenha conseguido informar detalhes sobre os agressores, como descrição física e modelo do veículo. A ONG deve entrar em contato com a Polícia Civil para solicitar uma busca ativa, com questionamento a testemunhas e visualização de câmeras de segurança.
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