No dia 25 de junho de 2013, a adolescente Tayná Adriane da Silva, 14 anos, era vista pela última vez por moradores da cidade de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, quando passou em frente a um circo itinerante que estava no município. O corpo da jovem foi encontrado três dias depois em um matagal. Dois anos após o crime, somente o caso de suspeita de tortura contra quatro rapazes acusados inicialmente pela morte da menina aguarda julgamento. O mistério sobre quem matou a adolescente segue em investigação na Polícia Civil. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), que acompanha o caso, diz que não há provas suficientes para se apresentar denúncia.
Os quatro jovens inicialmente apontados como autores do assassinato de Tayná eram funcionários do circo e foram presos no dia 27 de junho. No dia seguinte, eles guiaram os policiais até o suposto local onde o corpo da adolescente foi abandonado. Tayná foi encontrada aparentemente com sinais de estrangulamento e violência sexual.
Alguns dias após a prisão, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a direção da Casa de Custódia de Curitiba, onde os jovens estavam presos, denunciaram que eles teriam sido torturados enquanto estiveram em delegacias de polícia. A perícia na época constatou que não houve violência sexual contra a jovem. O MP-PR retirou a acusação contra os quatro jovens por falta de provas e devolveu o inquérito para a Polícia Civil. Uma investigação por tortura foi aberta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que pertence ao MP-PR, contra 21 pessoas, dentre elas policiais civis, militares, guardas municipais e um preso de confiança.
Investigação
Desde que começou a ser investigado, o assassinato de Tayná já teve seis delegados designados para o caso e o prazo para que o inquérito seja concluído vem sendo prorrogado há dois anos.
De acordo com o advogado Luis Gustavo Janiszewski, que defende a família da jovem, apesar da demora, há provas suficientes para incriminar os quatro jovens inicialmente acusados pela morte. Ele disse que teve acesso ao inquérito. “O grande questionamento é por que o MP-PR ainda não aceitou a denúncia”, diz.
Nem a Polícia Civil, nem o atual delegado do caso, Marcelo Lemos, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), quiseram comentar sobre o caso porque o inquérito está sob sigilo. Em nota, a instituição disse apenas que “algumas diligências sobre o caso já foram realizadas pela DHPP”.
O promotor Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que participou das investigações sobre o caso de tortura, disse que o MP-PR não apresentou denúncia em relação ao assassinato de Tayná, porque não há provas suficientes para que o caso chegue à Justiça. “A apuração ainda não resultou em evidências probatórias suficientes para se montar uma denúncia. Se chegarmos com o que se tem na Justiça, ela vai rejeitar por falta de provas”, conclui.
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