Morte por frio é confirmada na capital

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Um morador de rua aparentando 30 anos foi a primeira vítima do frio em Curitiba neste ano. Ainda não identificado, o homem foi encontrado na madrugada de ontem no Bairro Alto. Conforme o Instituto Médico-Legal (IML), a causa do óbito foi a hipotermia, que teria causado enfarte, mas exames complementares, com prazo de divulgação para 15 dias, devem ser feitos. Na quarta-feira, Dimas Ernesto Batista, de 48 anos, morreu no Uberaba com sinais aparentes de hipotermia. O IML, porém, indicou cirrose e pneumonia como razões. Tam­bém na quarta, João da Silva Oliveira, de 40 anos, morreu por causa do frio em Mandaguari, Região Noroeste do estado.

De acordo com a clínica-geral do Hospital Cajuru Maria Inês Ceschin Lorusso, a hipotermia ocorre quando a temperatura corporal cai abaixo de 35ºC. Apesar de mais comum no frio intenso, também pode acontecer em temperaturas mais amenas. "Um idoso pode, por exemplo, sofrer com o problema se estiver com roupas úmidas e exposto a ventos em um lugar quente", explica. O problema é mais comum em pessoas que têm dificuldades de percepção do frio e com restrições de mobilidade, como bebês e idosos.

A queda da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, acompanhada por arritmia e parada cardíaca, causa a hipotermia. Os pulmões contribuem, pois trabalham de modo mais lento, gerando acúmulo de líquidos e de gás carbônico no organismo, o que pode levar à perda da consciência. "No início, o corpo tenta se proteger, e o sistema nervoso gera os tremores. Com o passar do tempo, o mecanismo falha e o paciente perde os reflexos", esclarece Maria Inês.

Cardiologista do Paraná Clí­nicas, José Antonio Pantarolli explica que o frio aumenta a incidência de doenças cardíacas. "Os vasos se fecham um pouco mais para manter a temperatura adequada. Se há uma coronária entupida, pode levar fatalmente ao enfarte", explica. Usado normalmente por moradores de rua visando o aquecimento, o consumo de álcool dilata os vasos sanguíneos e aumenta a perda de calor.