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Um policial militar que trabalha como motorista do deputado estadual do Rio Flávio Bolsonaro (PP), e que estava lotado na Diretoria Geral de Pessoal, foi vítima de um assalto nesta quarta-feira (28), quando passava pela estrada Miguel Salazar Mendes de Moraes. Durante a abordagem, os bandidos identificaram que Fabrício José Carlos Queiroz era um policial militar e o levaram para a Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, onde foi torturado com coronhadas na cabeça.

De acordo com a Polícia Militar, agentes da Unidade de Polícia Pacificadora receberam uma denúncia anônima sobre o ocorrido e iniciaram buscas pela comunidade. O PM foi encontrado por volta das 11 horas pelos agentes e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região, onde foi liberado em seguida.

Além de sofrer agressões, a pistola .40 do PM foi roubada pelos bandidos, que também ficaram com R$ 2 mil em espécie, um cordão de ouro e um relógio do militar.

Ainda de acordo com a PM, os pertences do policial foram encontrados em uma casa abandonada, também após uma denúncia anônima. A ocorrência foi registrada na 32º DP (Taquara), que investiga o caso.

Família protesta contra morte de PM

Nesta quarta-feira, parentes e amigos do policial militar Neandro Santos de Oliveira — morto no dia 12 deste mês quando tentava fugir de uma falsa blitz montada por traficantes no Complexo do Chapadão — realizaram uma manifestação em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Com roupas brancas os manifestantes pediam pelo fim da escalada da violência contra policiais. Após ser rendido pelos criminosos, Neandro foi torturado e queimado. O corpo dele foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na Via Light.

Neandro havia deixado a casa da mãe, em Mesquita, também na Baixada Fluminense e estava indo trabalhar no Recreio dos Bandeirantes quando foi interceptado pelos criminosos. O corpo dele só foi encontrado no dia 20. Exames de DNA confirmaram a identidade do cadáver. O carro do PM foi localizado em um dos acessos da comunidade Final Feliz, em Costa Barros. Os documentos do militar estavam no banco traseiro do carro, que apresentava marcas de tiros e sangue.

No dia 29 de setembro, o solado Bruno Rodrigues Pereira também foi morto de forma cruel na comunidade Dom Bosco, em Nova Iguaçu. Após ser baleado nas costas, bandidos amarraram o soldado a um cavalo, que o arrastou vivo por cerca de um quilômetro antes da sua morte. O militar tinha ido a comunidade encontrar com o irmão.

Na última quinta-feira, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, lamentou o aumento da violência contra policiais durante um evento que celebrou os 20 anos do Disque-Denúncia e se disse perplexo com os requintes de crueldade utilizados durante os ataques recentes contra policiais. Ele citou a morte do soldado Neandro Santos Oliveira e reclamou da sociedade por não se indignar com crimes contra policiais.

“Infelizmente, no Brasil, a tortura e a morte de policiais não atingem corpo na sociedade para efeito de indignação. Acham que morrer faz parte do trabalho do policial. A morte desses policiais continua sendo vista com banalização pela sociedade, e é por isso que eu digo que a polícia luta sozinha nessa nesta cidade. Ela não tem apoio de outras esferas públicas nem da sociedade. É uma realidade que só me entristece”, lamentou Beltrame.

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