Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana afirmam não ter recebido o pagamento do adiantamento de 40% do salário, geralmente depositado todo dia 20. De acordo com o Sindimoc, representante dos trabalhadores, todas as nove empresas do transporte urbano, ou seja, vinculadas à Urbs, atrasaram ou pagaram apenas uma parcela do vale.
O sindicato informou, ainda, já ter acionado a Justiça do Trabalho. A entidade pede uma liminar para que os pagamentos sejam realizados ainda nessa terça-feira (21), sob pena de multa de R$ 1 milhão por dia de atraso. O valor da multa foi determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) no último acordo entre os sindicatos patronal e de trabalhadores mediado pela Justiça. Os trabalhadores ainda solicitam danos morais coletivos pelo atraso.
Por enquanto, o Sindimoc não sinalizou indicativo de greve. A entidade pretende esperar decisão da Justiça para só então deliberar as próximas ações, caso os depósitos não sejam feitos. O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), informou ainda não ter sido notificado e afirmou que as empresas estão fazendo todos os esforços para quitar o débito com os trabalhadores - mas ainda não há previsão de quando o vale será, de fato, depositado.
Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, criticou a postura das empresas concessionárias do sistema e afirmou que os trabalhadores não querem ter que recorrer à paralisação sempre que o pagamento atrasar. No final de janeiro, os trabalhadores receberam apenas após greve geral de três dias e determinação da Justiça do Trabalho.
“O direito de greve é um instrumento que deve ser usado com responsabilidade, para ampliar os direitos trabalhistas e não para cobrar a conta de cada mês. O que as empresas estão fazendo é uma irresponsabilidade”, disse.