O Movimento dos Usuários de Rodovias do Brasil (Murb) informou que entrará com ações na Justiça contra o juiz que determinou a reintegração de posse da praça de São Luis do Purunã, ocupada no dia 14. Além das ações criminal e disciplinar contra o magistrado, o Murb também entrará com outra ação, pedindo a anulação de todas as licitações que resultaram nas concessões rodoviárias.
De acordo com o advogado do Murb, Mozart de Quadros, as ações criminal e disciplinar se baseiam na forma como o juiz federal, Mauro Spalding, se referiu aos manifestantes. "Ele os tipificou como formadores de quadrilha, exercendo um desequilíbrio no tratamento das partes, quando houve apenas o exercício do direito de reunião e manifestação pública", diz Quadros.
Manifestação
O coordenador do movimento, Acir Mezzadri, ex-deputado estadual e atualmente ocupando um cargo na Copel, lembrou que a chamada invasão foi apenas uma manifestação pacífica. "Em nenhum momento usamos a violência. As cancelas foram abertas pela própria concessionária, que dispensou os funcionários", afirma Mezzadri, que pode ser multado por desobedecer o interdito proibitório, concedido às concessionárias pela Justiça Federal. A medida estipula multa a pessoas e organizações que promoverem manifestações ou invasões nas praças de pedágio.
A terceira ação que deve ser movida pela Murb diz respeito às licitações que possibilitaram a administração privada das rodovias. "Existe um dolo na elaboração do contrato, que foi premeditado e visou o enriquecimento ilícito", avalia Quadros.
O diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, diz não temer a ação. "Nós já passamos pela CPI do pedágio, pela auditoria do governo do estado e por inúmeras fiscalizações e nenhuma irregularidade foi encontrada porque simplesmente não existe", disse. "Se o objetivo deles é fiscalizar, podem fazer isso de maneira digna e decente pedindo uma reunião com o DER", conclui Chiminazzo.
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