O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga um caso de abuso sexual contra uma menina de 11 anos dentro de uma escola em Itaguajé, na região Noroeste do Paraná. Seis adolescentes com idades entre 14 e 16 anos seriam os responsáveis. Conforme a promotoria, os suspeitos gravaram um vídeo do estupro e compartilharam por mensagens de celular.
De acordo com o advogado da família da vítima, Caio Geminiano, no sábado (18), durante uma reposição de aula no Colégio Estadual Lourdes de Melo, três, dos seis suspeitos, abordaram a menina e tentaram arrastá-la para o banheiro. Um deles teria segurando a boca da garota, enquanto os outros a seguravam pelos braços. Ela teria mordido a mão de um deles e dado um soco no outro. O terceiro ficou sem reação, momento em que ela teria escapado.
Na terça-feira (21), eles voltaram a atacar a menina, mas dessa vez em um grupo de seis adolescentes. O advogado conta que a vítima relatou ter sido arrastada para um banheiro desativado, perto da quadra de esportes, e lá teria sido estuprada por um dos meninos, enquanto os outros vigiavam e filmavam o abuso. O local estaria aberto, sem cadeados e nenhuma segurança.
- Pesquisa vai mapear violência em universidades
- Unesp, PF e MP investigam site que faz apologia ao estupro
- Sindicância conclui que aluna da USP foi estuprada e pede expulsão de agressor
- Após estupro, USP acelera adoção de novo modelo de policiamento
- Em carta, jovem pediu perdão à mãe antes de ser morto em cela no Piauí
- Com medo, família enterra jovem condenado por estupro coletivo em Teresina
- Unidade não tinha estrutura para isolar jovem morto no Piauí, diz diretor
- Jovem que confessou estupro em Piauí é morto por colegas após delação
O advogado diz ainda que após ser solta, ela correu para perto das amigas, mas não comentou o que havia acontecido. Cerca de 20 minutos depois, teria voltado ao banheiro para buscar a mochila e alguns pertences que ficaram espalhados. Nesse momento, os seis teriam, novamente, abusado dela, fazendo, inclusive, um segundo vídeo.
“Ela ficou tão envergonhada, que foi embora para casa e não contou nada para a família”, lamenta o advogado. O caso só foi descoberto no dia seguinte porque os vídeos começaram a circular pelas redes sociais dos moradores da cidade de pouco mais de 4 mil habitantes. O registro do abuso foi enviado ao celular da sogra da irmã da vítima.
A família registrou um boletim de ocorrências na cidade de Colorado. A menina foi levada a Maringá para tratamento antiaids e está em casa, de onde, segundo Geminiano, ela não quer sair. “Não sai de casa, não quer mais ir à escola, está traumatizada”, relata.
O abuso foi confirmado após laudo do Instituto Médico Legal (IML), mas a promotoria não dá mais detalhes do caso por se tratar de adolescentes. O processo corre em segredo de justiça.
Os seis suspeitos foram apreendidos. Cinco deles encaminhados a um Centro de Socioeducação (Cense), em Londrina, na região Norte. O outro permanece em Colorado por falta de vaga na unidade londrinense.
O advogado pontua que a família cobra explicações da direção da escola, onde aconteceu a violência sexual. “A diretora diz que não estava no momento e que não há funcionários suficientes para fiscalizar todos os cantos. É um absurdo ninguém ter visto toda a movimentação”, fala.
A reportagem tentou contato com a direção do local, mas a informação é de que ninguém está autorizado a comentar o caso.
O advogado dos suspeitos também foi procurado, mas disse que só vai se manifestar depois da audiência marcada para segunda-feira (3), no Fórum de Colorado.