A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Maringá agendou para a próxima terça-feira os depoimentos dos envolvidos no uso de máquinas e servidores da prefeitura da cidade em uma obra particular no Conjunto Residencial Villa Bela, na Vila Bosque, que a Gazeta do Povo denunciou no último sábado. O promotor José Aparecido da Cruz intimou representantes da prefeitura, da Loteadora Licce e o síndico do condomínio, Reginaldo Alves. O prefeito Silvio Barros (PP) também determinou a instauração de uma sindicância interna para apurar os fatos e o diretor técnico da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP), Luiz Carlos Barbosa, foi afastado temporariamente do cargo.

CARREGANDO :)

Barbosa foi quem assinou o contrato de empréstimo de equipamento entre a prefeitura e a Loteadora Licce Terraplanagem e Pavimentação, datado de 10 de dezembro de 2005, época em que o órgão responsável era a autarquia Serviços Autárquicos de Obras e Pavimentação (Saop), sob o comando de Walter Guerlles, hoje vereador. O órgão foi extinto pelo prefeito e transformado na SMSP, que passou a ser comandada por Diniz Afonso, em 1.° de janeiro.

O contrato também tem a rubrica do sócio-proprietário da loteadora, Ademir Licce, e aponta que a empresa teria um crédito de horas referentes ao uso de duas máquinas pela prefeitura em um convênio no ano passado. Na época, o equipamento do Saop estaria com defeito e não poderia finalizar o trabalho, terminado com maquinário da loteadora.

Publicidade

Afonso justificou que a loteadora teria solicitado o equipamento municipal para obras na semana passada em uma rua e não informou que se tratava de condomínio fechado. Questionado sobre se outras empresas poderiam pedir empréstimo de equipamentos do poder público, o secretário foi enfático: "Eu não autorizo nenhum parafuso, nem equipamentos e nem pessoas". O prefeito Sílvio Barros se recusou a falar com a reportagem.